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Polícia vai ampliar investigações sobre suposto esquema de propinas na gestão Silval

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A Polícia Civil investiga se o modus operandi empregado por integrantes da gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), incluindo o político, para o recebimento de propinas de empresários, descoberto na Operação Sodoma, foi utilizado em outras Secretarias, além das já descobertas até o momento. A informação foi confirmada pelo delegado Lindomar Toffoli, da Delegacia Especializada de Combate a Crimes Fazendários (Defaz), um dos encarregados da investigação.

Uma das frentes de trabalho abertas tem como ponto central a NBC Assessoria, Consultoria e Planejamento, empresa de propriedade do ex-secretário Pedro Nadaf que pode ter sido usada para lavar o dinheiro obtido de modo ilícito. Toffoli, que tem adotado a cautela ao falar das investigações em andamento, afirmou, durante a terceira fase da operação, que há muitas coisas ainda para serem reveladas. “Se confirmados os fatos, vamos tomar as providências que devem ser tomadas”.

No caso da NBC, o delegado revelou que 15 empresas receberam notas fiscais da NBC por supostos serviços de consultoria. Segundo Toffoli, as relações comerciais ainda estão sob investigação. “Essas informações estão sendo trabalhadas e no momento oportuno vamos repassar a todos”. A Polícia Civil diz ter fortes indícios de que a empresa criada por Nadaf nada mais era do que uma forma de lavar o dinheiro obtido com a propina.

A empresa do ex-secretário entrou no radar dos investigadores após a deflagração da primeira etapa da Operação Sodoma. Isso porque o empresário João Batista Rosa, dono do Grupo Tractor Parts, revelou que parte dos R$ 2,6 milhões que ele teve que pagar à organização criminosa se deu por meio de um contrato fictício de consultoria com a NBC.

Segundo a Polícia Civil, para auxiliar na obtenção e operacionalização do destino a ser dado ao dinheiro, proveniente do pagamento de propina, o ex-secretário Pedro Nadaf delegou tarefas para a funcionária de sua confiança, Karla Cecilia de Oliveira Cintra, diretora financeira da Fecomércio, cuja função era dar destinação aos cheques feitos por meio depósitos em contas de pessoas físicas e jurídicas diversas. A investigação também verificou que ela se apropriou de recursos provenientes da propina, no total de 27 cheques.

Neste mês, os investigadores descobriram um novo braço do esquema, desta vez utilizando a estrutura da Secretaria de Estado de Administração (SAD). Por conta disso, dois ex-gestores da pasta, César Roberto Zílio e Pedro Elias Domingos de Mello, acabaram presos preventivamente. Eles teriam recebido mensalmente valores entre R$ 500 mil a R$ 700 mil apenas de um empresário, a mando de Silval.

Zílio teve sua detenção convertida em prisão domiciliar e Silval, ainda preso no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), negou as acusações. “Nós continuaremos as operações. Se novas informações chegarem, vamos atrás de novas provas, que é o que a polícia deve fazer nestes casos”, finaliza o delegado. 

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