A prisão preventiva do ex-secretário de Administração César Roberto Zílio, foi revogada e ele saiu do Batalhão do Corpo de Bombeiros, ontem, onde estava desde o último dia 13. O Gazeta Digital apurou que Zílio deixou a unidade para participar de uma oitiva, na Delegacia Fazendária e não retornou para a cela. A juíza Selma Rosane Santos Arruda, titular da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, teria revogado a preventiva que ela havia decretado, já que Zílio decidiu colaborar com as investigações da Polícia Civil e revelar detalhes que podem resultar em novas diligências e até mesmo outras fases da Operação Sodoma, que está na 3ª fase, investigando suspeitas de esquemas de corrupção na gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
O advogado Alexandre César Lucas, que assumiu a defesa de Zílio depois que Ulisses Rabaneda deixou o caso, esteve na Delegacia Fazendária (Defaz) para conversar com um dos delegados que conduzem as investigações. Ele não quis falar com a imprensa e justifica que só vai se manifestar nos autos.
Zílio foi preso no dia 11 deste mês em cumprimento a um mandado de prisão preventiva decretado por Selma Rosane quando a Delegacia Fazendária deflagrou a 2ª fase da Sodoma. O alvo das investigações foi um um terreno na Avenida Beira Rio, em Cuiabá, que Zílio comprou por R$ 13 milhões, usando supostamente dinheiro de propina paga em boa parte pelo empresário Willians Paulo Mischur, dono da Consignum, empresa que mantinha contrato com o governo de Mato Grosso e vinha sendo “obrigada” a pagar propina para a manutenção do contrato.
Em depoimento prestado à Polícia Civil, Mischur afirmou que esteve em 2 oportunidades pessoalmente com o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) para tratar do pagamento de propina, estimado em R$ 500 mil a R$ 700 mil, desembolsados mensalmente para manter seu contrato com o Estado. Conforme o empresário, na época era Zílio quem comandava a extinta Secretaria de Administração e era o responsável, num primeiro momento, por receber os valores da propina.
Porém, num determinado momento, Zilio já não estaria sendo leal a Silval Barbosa e dessa forma quem passou a ser o responsável pelo recebimento dos valores e fiscalizar se as propinas estavam sendo repassadas na forma correta foi o ex-secretário de Administração, Pedro Elias Domingos de Mello. Ele foi preso na 3ª fase da Operação e ainda não foi interrogado pelos delegados que conduzem o inquérito.