Maior bancada da Assembleia Legislativa há, pelo menos, duas legislaturas, o Partido da República (PR) perdeu ontem seu último deputado estadual. Emanuel Pinheiro, a exemplo dos demais quatro parlamentares que a sigla elegeu em 2014, aproveitou a abertura da janela partidária que permitia a migração sem o risco de perder o mandato e se filiou ao PMDB.
Antes dele, Mauro Savi já havia migrado para o PSB, Wagner Ramos e Ondanir Bortolini, o Nininho, haviam se filiado ao PSD e Sebastião Rezende ao PSC. Todos, de acordo com o agora peemedebista, com a aceitação do presidente do PR em Mato Grosso, o senador Wellington Fagundes
“Todos nós já havíamos conversado com o senador Wellington e ele pontuou respeitar nossas decisões. No meu caso, ele entendeu que não seria recomendável que eu ficasse em um partido isolado”, explicou Emanuel, pontuando que, embora a decisão dos colegas de deixar a sigla tenha pesado para sua escolha, não foi este o principal fator. “Eu cumpri minha missão no PR. Saio pela porta da frente do PR, em um momento importante para minha vida pública”.
Emanuel entra no PMDB já na condição de líder do partido no Legislativo. O posto, até então ocupado pelo deputado estadual Romoaldo Júnior, deve ser transferido. O ex-republicano tem ainda o compromisso da nova legenda de apoio aos seus planos de candidatura ao cargo de deputado federal em 2018, bem como a chance de disputar o comando da Prefeitura de Cuiabá no pleito deste ano.
A intenção do PMDB é ter candidatura própria na Capital e o nome de Emanuel deve ser colocado para avaliação junto com o do também recém-filiado Valtenir Pereira. Segundo Romoaldo, apenas o projeto à presidência da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa não entrou na lista dos temas negociados para a filiação. “Isso vai ser discutido.
O PMDB sabe que o projeto não é apenas meu. Tem um grupo de deputados envolvido. Mas eu também não posso dizer que dessa água não beberei. Minha base política é Cuiabá e eu entro como um soldado do partido. Se a decisão for por uma candidatura minha a prefeito, acredito que os colegas vão entender”, avalia Emanuel, se referindo ao grupo de aproximadamente 10 deputados estaduais que já teriam hipotecado apoio a sua candidatura a presidente da Mesa Diretora.
A decisão de Emanuel ainda pode garantir mais estruturação da oposição ao governo Pedro Taques (PSDB) dentro do Parlamento. A tendência que se comenta nos bastidores é que o PMDB passe a adotar uma postura mais rígida em relação ao Executivo com o ingresso do ex-republicano e da deputada Janaina Riva na sigla. Romoaldo, no entanto, sustenta que se manterá como um parlamentar “independente”.