O senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) anunciou em Cuiabá, ontem, o previsto veto ao PMDB do vice-presidente Michel Temer e do deputado federal Carlos Bezerra. “O que vai basear a formação das alianças são os princípios programáticos. Nós teremos, digamos, um não aos partidos envolvidos com corrupção. Notadamente, com o PMDB. Onde a REDE procurar aliança com o PMDB, vamos avaliar o caso. Mas é impossível a REDE se aliar ao PMDB no Rio de Janeiro, que tem como um dos seus principais representantes, um dos maiores fascistas e ladrões da política brasileira que é o senhor Eduardo Cunha”, disparou se referindo ao presidente da Câmara Federal.
Criado em 2015 pela ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o REDE começa suas primeiras movimentações eleitorais em 2016. As orientações da nacional é para que as eleições municipais contem com candidaturas próprias nas Capitais, e em grandes polos. Em Mato Grosso essa regra se aplica a Cuiabá, Rondonópolis e Sinop. Na capital, a legenda analisará nomes, tendo entre seus integrantes o ex-secretário de Meio Ambiente do município, Archimedes Pereira Lima Neto.
Randolfe expôs aversão da sigla a partidos da oposição, na linha do PSDB e DEM, e com legendas governistas, caso do PT da presidente Dilma Rousseff. Abre possibilidades para alianças, mas prefere não nominá-las. “Todos os partidos estão muito deformados, mas todos os partidos também têm muitas virtudes. Ainda existem valorosas situações no âmbito do PT, então a situação será analisada”.
O ponto central das discussões para a formação da base para um projeto político, avisou o senador, serão as propostas tendo como fundamento a sustentabilidade como alternativa à crise político-econômica. Na capital, na quinta-feira, Randolfe Rodrigues ministrou a palestra “A Crise e seus desdobramentos: caminhos para um Brasil Sustentável”.
Mato Grosso, possuindo base econômica na agricultura, deve reavaliar a dinâmica de suas ações na cadeia produtiva e de desenvolvimento. O olhar da REDE se atém a debates para implementação de plataformas de gestão pública, dialogando com a sociedade o fomento à sustentabilidade. “Mato Grosso e em especial, a exportação de grãos, tem sido a salvação da nossa economia. Mas quero destacar que não podemos depender só disso. Ao invés de somente exportar grãos, de exportar commodities, nós temos que criar condições para o beneficiamento e a produção industrial aqui mesmo. Temos que construir alternativas de desenvolvimento na exportação dos grãos, que sejam sustentáveis e que também agreguem valor para cá”, assinalou.
“Nós achamos que um impeachment capitaneado pelo senhor Eduardo Cunha é um processo viciado. Não faremos parte desse jogo de chantagem do senhor Eduardo Cunha. A arena mais confortável pra debater o mandato da presidente é o Tribunal Superior Eleitoral e a ação que lá tramita. Se for confirmado que a campanha da atual presidente da República recebeu recursos de esquema de corrupção, eu acho que a atual chapa que governa o país não tem mais legitimidade e será necessária a convocação de novas eleições”, considerou Randolfe sobre o pedido de impeachment que circula no Congresso.