O ex-procurador do Estado, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, o “Chico Lima”, prestou depoimento, esta tarde, na ação penal decorrente da operação Sodoma, que investiga a concessão de incentivos fiscais por meio de pagamento de propina. Ao ser questionado pela juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda, disse que nunca atuou como intermediário do suposto esquema criminoso.
Ele alegou que não tem envolvimento, pois estava estudando no Canadá, interrompeu a viagem e veio ao Brasil para esclarecer os fatos. Ele disse que era sonho passar uma época fora do país e estudar inglês. A juíza perguntou sobre os cheques que ele foi trocar em uma factoring e se ele agiu supostamente como intermediário. Ele disse que não conhece João Rosa.
“Eu vi esta pessoa em 1982, ele fez uma campanha de uma doença para filha dele e eu cheguei a colaborar. Ele envelheceu e eu reconheci. Nunca tive relação com ele. Sobre Filinto Muller ele conheceu e não sabe o motivo que levou fazer esta denúncia. Ele era amigo do meu filho. Estive a mando do meu filho que pagou cartões. Eu o conheço desde criança, frequentou a minha casa. Nunca vi estes cheques na minha vida”. Chico Lima alega que jamais trocaria cheques que não consta sua assinatura.
Lima disse que nos últimos anos no governo atuou na Casa Civil e trabalhou com o ex-secretário Éder Moraes. O MPE perguntou sobre um decreto específico do Prodeic que trata de enquadramento para incentivos fiscais. Segundo ele, a Secretaria de Estado de Fazenda e a de Indústria e Comércio tinha outro procurador que resolvia a questão e os decretos já eram enviados prontos para a Casa Civil. Ele citou os nomes dos procuradores Geraldo e Rômulo.
Ao ser questionado pelo MPE, Lima diz conhecer Pedro Nadaf por ser de uma família tradicional em Cuiabá. Ele revelou que já foi vereador em Santo Antônio do Leverger e entregou o mandato. “Não aguentei”, disse Lima para a magistrada.
(Atualizada às 15h33)