O juiz Flávio Miraglia Fernandes, responsável pelo processo de recuperação judicial do Grupo Bipar, do empresário e prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), constatou a existência de movimentação de ativos entre as empresas controladas pelo grupo em recuperação ou por seus sócios majoritários que "merecem uma atenção especial". Na semana passada, o Blog Isso é Notícia denunciou que uma auditoria independente constatou uma fraude de R$ 23 milhões que teriam sido transferidos das empresas pouco tempo antes do pedido de recuperação.
Diante disso, o juiz ainda vai analisar com mais cautela o documento que foi anexado ao processo. Ele também determinou a imediata publicação da lista de credores e o plano de recuperação judicial ofertado pela recuperanda. Determinou ainda que após o registro do balanço contábil de 2015 no órgão competente, a empresa deverá apresenta-lo em juízo no prazo de 5 dias já com as explicações que entender pertinentes.
Sobre o indício de fraude, será analisado após a empresa se manifestar. “Este e outros pontos indicados no bem lançado relatório, deverão ser minuciosamente auditados, após a apresentação do balanço contábil de 2015 por parte da recuperanda”, diz trecho da decisão proferida hoje.
O processo de recuperação judicial tramita na 1ª Vara Cível de Cuiabá desde outubro de 2015 quando o Grupo Bipar protocolou o pedido e declarou possuir dívidas de R$ 102 milhões.
Outro lado
De acordo com a assessoria de imprensa, os números devem constar no balanço que será apresentado após ser concluído. Explica que o magistrado analisou o relatório e viu movimentação atípica e por isso pediu explicações. Para a assessoria jurídica e para o administrador judicial, “isso é normal, e está dentro do curso normal da recuperação”.