A juíza titular da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda (foto), está ouvindo, esta tarde, as primeiras testemunhas na ação penal contra o ex-deputado estadual José Riva e seus ex-chefes de gabinete Geraldo Lauro e Maria Helena Ribeiro Ayres Caramelo. Trata-se do processo oriundo das operações Metástase e Célula Mãe deflagradas pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) para desmantelar um esquema de desvio de mais de R$ 2 milhões na Assembleia Legislativa.
A primeira a depor foi Alaide Lurdes Chavier, que foi proprietária de uma papelaria. Ela disse não conhecer nenhum réu e não tem interesse algum na condenação de ninguém. O promotor Marcos Bulhões perguntou sobre notas fiscais apreendidas e se foram emitidas pela empresa dela. Ela disse que reuniu documentos e entregou para o promotor Roberto Turin que jamais teve ligação com o Legislativo. As vendas da papelaria atendiam apenas crianças e população. Ela alega que jamais fez venda alguma para a Assembleia Legislativa. Os valores das vendas, conforme o promotor é alto. Alaide espera que a justiça esclareça como a empresa dela foi parar neste esquema.
Em seguida, foi a vez do depoimento do empresário Márcio Greike da Silva. A magistrada perguntou se ele conhecia os réus. Ele disse que somente por meio da imprensa. O promotor perguntou sobre notas fiscais de sua empresa (uma papelaria) dele que foram apreendidas pela Polícia Federal. Foram oito notas ficais no valor de R$ 32 mil. Márcio disse que as notas não foram aplicadas pela empresa dele e numerações adulteradas. “São falsas e não faço ideia de quem emitiu essas notas. Nunca fiz venda para a Assembleia”.
Depois foi a vez de Eder Matos de Moura, proprietário de outra papelaria. A magistrada pergunta se ele conhece algum réu, ele respondeu que não. A PF também encontrou notas da empresa dele. MPE o pergunta já participou de licitação da Assembleia e ele respondeu que não. O micro empresário já realizou algumas vendas de materiais de papelaria para o deputado Dilmar Dal Bosco (DEM). Ele disse que foram materiais de escritórios e possui documentos da compra. Os valores comprados foram em torno de R$ 300 a R$ 600.
Moura disse ao promotor que verificou com o contador da empresa de sua empresa e as notas foram emitidas com clientes diferentes e datas diferentes. Ele disse que alguém falsificou os dados e que a diferença com as notas assinadas por ele era gritante.
Agora quem depõe é o dono da empresa Decorações Cuiabá, João Pereira dos Santos. Ele pede para magistrada que quer ver seu nome livre do processo. Segundo o MPE, foram quatro notas fiscais encontradas na apreensão da PF e o montante chega a R$ 30 mil. João Pereira afirma que ele jamais assinou notas de valores altos devido sua empresa ser de pequeno porte. O pequeno empresário não conhece ninguém na Assembleia Legislativa e afirma que alguém usou o nome de sua empresa.
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