Instalada em abril do ano passado, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras da Copa do Mundo de 2014 pode ser encerrada já na próxima semana e sem apresentar qualquer resultado quanto às investigações realizadas até agora. É o que pretende seu presidente, o deputado estadual Oscar Bezerra (PSB), caso não consiga autorização do presidente da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, Guilherme Maluf (PSDB), para estender a apuração até o final de maio.
“Eu me reuni com a equipe técnica e eles disseram que não existe a menor possibilidade de apresentar um relatório decente no final de março, como o presidente da Mesa quer. Então, se for para apresentar um resultado pífio, vou propor a ele que é melhor encerrar a investigação de imediato e economizar o dinheiro que seria desperdiçado”, argumenta o socialista.
Um acordo entre Maluf e os presidentes das três CPIs instaladas na Assembleia – a das Obras da Copa, da Renúncia e Sonegação Fiscal e das Organizações Sociais de Saúde (OSSs) – foi o que definiu o dia 30 de março como a data limite para a apresentação dos relatórios finais. Oscar sustenta, todavia, que antes disso o plenário já havia aprovado a prorrogação das investigações presididas por ele até maio.
“Ele é o presidente, mas a decisão do plenário é sempre soberana. Se trata da maioria dos deputados aprovando a prorrogação da CPI”, defende o socialista, pontuando que pretende debater o assunto com Maluf mais uma vez na próxima segunda-feira (15), quando a Assembleia retoma os trabalhos legislativos após o “recesso” de carnaval.
Segundo Oscar, o argumento apresentado pela equipe técnica da CPI foi o de que os trabalhos não evoluíram como se esperava durante o período do recesso parlamentar. Entre as dificuldades encontradas, de acordo com ele, esteve o acesso a informações que precisavam ser analisadas.
Oscar não é o único que deve solicitar um prazo maior para encerrar investigações. À frente da CPI da Sonegação Fiscal, o deputado José Carlos do Pátio (SD) também já antecipou que não conseguirá concluir seu relatório final no prazo estipulado por Maluf.
O presidente da CPI das OSSs, o deputado Leonardo Albuquerque (PDT), afirma que o texto com as conclusões a que sua investigação chegou já está sendo elaborado. Ele reconhece, todavia, que parte dos indícios de irregularidade encontrada precisará ser analisado pelo Ministério Público Estadual (MPE) por não haver mais tempo hábil no Parlamento.