A primeira reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Aluguéis foi realizada, esta tarde, no plenário da câmara. O vereador e ex-secretário municipal de Saúde, Francisco Specian Júnior (PMDB), e o atual gestor da pasta, Manoelito Rodrigues, foram convocados para prestarem esclarecimentos sobre os contratos dos prédios alugados para a secretaria. Os depoimentos estão agendados para segunda-feira (18).
O presidente da CPI, vereador Fernando Brandão (SD), disse que os contratos de aluguéis para esta pasta motivaram a criação da comissão e, por isso, é necessário ouvir o ex-gestor e o atual. "Recebemos os laudos dos contratos de aluguéis que estavam faltando. Agora começaremos a trabalhar efetivamente com a apuração dos documentos e ouviremos os depoimentos dos secretários e das pessoas que a comissão achar conveniente".
O vereador Cláudio Santos (DEM) não participou desta reunião. Segundo Brandão (foto), o democrata sinalizou que não fará mais parte da CPI. Um novo membro deverá ser nomeado para substituí-lo. "Vamos fazer um encaminhamento ao presidente da câmara, vereador Mauro Garcia (PMDB), para indicação de outro vereador da bancada de oposição. O vereador Wollgran Araújo (DEM) já sinalizou que deseja fazer parte da CPI, mesmo sendo o autor do requerimento. O jurídico da Casa vai analisar esta situação, mas provavelmente ele deverá entrar no lugar do Cláudio Santos".
Só Notícias tentou entrar em contato com o vereador Cláudio Santos para saber sobre o motivo de sua possível saída da comissão. Porém, ele não atendeu as ligações.
O vereador da oposição e um dos membros da CPI, Fernando Assunção (PSDB), ressaltou que alguns laudos técnicos, necessários para a contratação dos aluguéis, ainda não foram disponibilizados. Para ele, isso dificulta o processo de investigação, além de diminuir o tempo de averiguação de toda a documentação.
"São dados importantes para a CPI e o atraso na entrega desses documentos causa prejuízos nas investigações. Outro ponto importante é que a bancada de oposição está em minoria. Por isso, vou fazer um relatório separado para que possa ser apresentado à comissão".
A CPI foi instaurada a pedido do vereador Wollgran Araújo com requerimento assinado pelos parlamentares Fernando Assunção, Cláudio Santos, Hedvaldo Costa (PSB), Roger Schallenberger (PR), Dalton Martini (PP), Carlão (PSD) e Ticola (PMDB), que, de última hora, retirou a assinatura.
Conforme Só Notícias já informou, os autores do requerimento expuseram que a prefeitura gasta "cerca de R$ 427 mil por mês com prédios alugados e que alguns imóveis possuem indícios de superfaturamento, comparados com metros quadrados similares".
Um dos casos que a CPI vai apurar é de um imóvel que abriga, conforme o contrato, a Farmácia Regional 4, o posto de coleta do Laboratório Municipal e a unidade Programa de Saúde da Família (PSF) na rua João Pedro Moreira de Carvalho, bairro Menino Jesus. O imóvel, mesmo fechado, custou R$ 22 mil mensais. Ficou sem ser usado por mais de 7 meses e foi inaugurado somente no final do ano. O contrato foi assinado em março passado, com vigência de 12 meses, e, no total, a gestão do prefeito Juarez Costa teria pago ao locatário R$ 176 mil. Também deve ser apurado se o valor de mercado está dentro de realidade.