A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar os contratos de locação de imóveis na gestão Juarez Costa (PMDB) já iniciou os trabalhos. A primeira reunião estava marcada para a última segunda-feira (4), no entanto, por falta de quórum, foi transferida para o próximo dia 11. Por outro lado, o relator da comissão, vereador Ademir Bortoli (PROS), explicou, ao Só Notícias, que um pedido de encaminhamento de documentos foi feito à prefeitura. “Vai subsidiar o próximo encontro”.
Entre a documentação solicitada estão cópias de contratos e laudos de avaliação dos imóveis. A partir da próxima reunião serão marcadas as oitivas com os envolvidos. “Esperamos contar com a presença de todos os membros, incluindo o Fernando Assunção (PSDB) e o Cláudio Santos (DEM)”, afirmou, referindo-se aos parlamentares que anunciaram, no ano passado, a intenção em deixar a comissão. O motivo alegado pelos vereadores, na época, é que Ademir Bortoli e Nevaldir Graf, o “Ticha” (escolhido como membro), não poderiam participar dos trabalhos, pois assinaram, como testemunhas, alguns contratos que serão investigados, quando eram secretários municipais.
Conforme Só Notícias já informou, Cláudio Santos não se pronunciou mais sobre sua possível saída e a previsão é que ele apenas acompanhe as atividades da CPI. Assunção, por outro lado, recuou da decisão e chegou a concorrer para presidente da comissão. Ele foi derrotado por 3 votos a 1, na votação que escolheu Fernando Brandão (SD) como condutor dos trabalhos.
Conforme Só Notícias já informou, em dezembro, um grupo de moradores levou cartazes ironizando que a CPI dos Alugueis provavelmente terminará em “pizza” (expressão utilizada quando algo, principalmente no campo político, permanece da forma como está). Cerca de 15 pessoas participaram do manifesto, que ocorreu durante fala de Mauro Garcia.
A CPI foi instaurada em novembro, durante sessão ordinária. O requerimento para criar a CPI teve oito assinaturas – Wollgran Araújo, Assunção, Cláudio, Hedvaldo Costa (PSB), Roger Schallenberger (PR), Dalton Martini (PP) Carlão (PSD) e Ticola (PMDB). De última hora, Ticola acabou retirando a assinatura.
A comissão terá 60 dias para concluir as investigações, podendo ser prorrogados por mais 30. Os autores do requerimento expuseram que a prefeitura gasta "cerca de R$ 427 mil por mês com prédios alugados e que alguns imóveis possuem indícios de superfaturamento, comparados com metros quadrados similares".
Um dos casos que a CPI vai apurar é de um imóvel que abriga, conforme o contrato, a Farmácia Regional 4, o posto de coleta do Laboratório Municipal e a unidade Programa de Saúde da Família (PSF) na rua João Pedro Moreira de Carvalho, bairro Menino Jesus. O imóvel, mesmo fechado, custou R$ 22 mil mensais. Ficou sem ser usado por mais de 7 meses e foi inaugurado somente no final do ano. O contrato foi assinado em março passado, com vigência de 12 meses, e, no total, a gestão do prefeito Juarez Costa teria pago ao locatário R$ 176 mil. Também deve ser apurado se o valor de mercado está dentro de realidade.