O projeto de lei apresentado esta semana pelo senador Jayme Campos (União) propõe atacar um problema estrutural na formação de mão de obra no Brasil: os baixos índices do ensino profissionalizante. Ele propõe alterar o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) para incluir a educação profissional, técnica e tecnológica entre os cursos a serem financiados, de modo prioritário, pelo fundo, e mencionou dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), da existência de expressivo número de jovens que não estuda e não trabalha, a chamada ‘geração nem-nem’, que já passa dos 11 milhões. “É preciso, mais do que nunca, alterar tal cenário com mais oportunidades”, cobrou.
A matéria recebeu apoio imediato do senador Paulo Paim (PT-RS) que lembrou que deixou de ser vendedor de flores e de fruta porque fez um curso técnico no Sistema S: “E, com esse curso, eu saí de um salário mínimo para cinco”, disse Paim.
Jayme alertou os demais senadores ao classificar que o quadro atual “é preocupante”. Mesmo com o Plano Nacional de Educação definindo que 25% das matrículas de jovens e adultos deveriam estar integradas à Educação Profissional e Tecnológica até 2024, o percentual alcançado até agora foi de apenas 2,2%. Ele pregou a necessidade de um “grande esforço nacional” para alavancar os investimentos na educação profissional – considerada uma excelente ferramenta para suprir mão de obra qualificada, fomentar a produtividade e gerar empregos.
“Com financiamento público, nossos jovens poderão custear sua formação técnico-profissional, concluir o ensino médio, e potencializar sua inserção no mercado de trabalho” – ele previu, ao ressaltar que “a oferta da educação profissional em todos os níveis não é gasto, mas, sim, investimento! ”, declarou, através da assessoria.