O senador Mauro Carvalho Junior (União) criticou, hoje, o ministro da Agricultura, Carlos Favaro (PSD), que é de Mato Grosso, por suas declarações na Comissão Parlamentar de Inquérito do MST. O ministro atacou a Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso), da qual foi presidente, dizendo que “perdeu legitimidade nos temas e na forma de como conduzir. Ela se politizou e fico triste com os caminhos que a Aprosoja tomou”, afirmou. A entidade havia, ano passado, manifestado que Fávaro não teria legitimidade para representar o setor de Mato Grosso como interlocutores na transição de governo. De lá para cá, houve outros ataques de ambos os lados e, hoje, na CPI, o ministro voltou a atacar a entidade, que está entre as maiores do Centro-Oeste.
O senador Mauro Carvalho disse que, “se alguém se beneficiou da Aprosoja, politicamente, foi o próprio ministro Carlos Fávaro que saiu da presidência da Aprosoja para (ser) vice-governador na gestão do governador Pedro Taques, depois se tornou senador e, hoje, ministro da Agricultura. Então, o único beneficiário politicamente da Aprosoja foi o próprio ministro Carlos Fávaro porque não tem nenhum outro presidente que assumiu a Aprosoja e se tornou político (com mandato) depois”, afirmou.
O senador registrou que a Aprosoja tem mais de 8 mil associados, pequenos, médios e grandes e todos têm meu respeito. A Aprosoja tem vários projetos, dois centros de pesquisas independentes”. “Quero externar meu total apoio a Aprosoja, a AMPA, Acrimat, Famato e tem meu respeito. Os produtores de Mato Grosso fazem a diferença no crescimento e desenvolvimento do Estado”, acrescentou.
O vice-presidente da Aprosoja, Ilson Redivo, disse que ‘hoje é um dia um pouco triste para o setor agropecuário de Mato Grosso quando um ministro da Agricultura, que é do Mato Grosso, fala que a Aprosoja não tem legitimidade para representar o produtor. Ele foi um presidente dessa entidade e se projetou politicamente através dessa entidade. É lamentável que tenhamos que ouvir isso da boca de um ministro que deveria apoiar a entidade”, criticou Redivo. “Quando Fávaro foi presidente da entidade, ela tinha 2,8 mil associados. Hoje, a Aprosoja tem 8 mil associados”. “Isso é sinal de representatividade senão teríamos diminuído número de associados”, acrescentou. “Representamos todas as categorias. Não estamos aqui para representar os grandes. Talvez, isso tenha acontecido porque não é a mesma representatividade que o Carlos Fávaro faz como ministro da Agricultura”. “Acho que os interesses não são os mesmos. Quando ele edita uma portaria que vem em desacordo, contra os interesses da maioria dos produtores de Mato Grosso que limita o plantio de soja até 24 de dezembro. Isso vem para prejudicar os pequenos e médios produtores do Estado”, acrescentou.
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