Cerca de 100 manifestantes entre prefeitos, vereadores, representantes da União das Entidades de Sinop (Unesin) e servidores, protestaram, esta tarde, em frente ao Hospital Regional de Sinop, cobrando do governo estadual os repasses financeiros para que a unidade normalize os atendimentos nos setores de urgência e emergência, que foram reduzidos. A Fundação de Saúde Comunitária alega que tem R$ 4,4 milhões de setembro e R$ 4,4 milhões de outubro para receber. A cobrança das lideranças é também pelos demais hospitais regionais no Nortão. Participaram do protesto a prefeita Rosana Martinelli, o presidente da AMM, Neurilan Fraga, prefeito de Cláudia Altamir Kurten, prefeito de Tabaporã, Sirineu Moleta, prefeito de Marcelândia, Arnóbio Vieira de Andrade, vice-prefeito Sorriso, Gerson Luiz Bicego, vereadores de Sinop. Em um carro de som, lideranças discursaram cobrando providências.
Neurilan Fraga disse, em entrevista coletiva, que os prefeitos de Mato Grosso podem pedir o impeachment do governador Pedro Taques, na Assembleia Legislativa. “Decidiremos isso em uma reunião na sexta-feira. Não há intenção e também não está premeditado. Este não é nosso objetivo. No entanto, esgotamos todas as possibilidades de diálogo para que o governo repassasse os recursos que estão em aberto e não vemos outro caminho”. Em relação a saúde básica ele diz que o atraso chega a casa dos R$150 milhões, declarou.
A prefeita Rosana Martinelli considerou que "esta união de esforços é para cobrar os repasses do Estado para os hospitais regionais. A saúde está pedindo socorro. Nós precisamos estar cobrando firme o nosso governador. O hospital regional está há 60 dias sem atendimento normalizado. Nós entendemos que as obras são importantes. Mas a saúde tem que ser priorizada. Estivemos quarta-feira em reunião junto com o consórcio (saúde que reúne municípios da região) e fizemos um documento pedindo a regularização do pagamentos de setembro e outubro para que a unidade volte a atender normalmente. Isso não ocorreu e hoje estamos nesse manifesto reivindicando o pagamento de forma imediata. Não somente para Sinop, mas para todos os hospitais regionais do Estado", afirmou.
No mês passado, representantes de entidades e lideranças políticas bloquearam a rodovia, na BR-163, no bairro Alto da Glória (saída para Sorriso) para forçar o governo estadual a resolver o problema financeiro dos Hospitais Regionais. Foram colocados pneus e ateado fogo. O bloqueio durou cerca de uma hora.
Com a suspensão de boa parte dos atendimentos do Regional de Sinop, os feridos em acidente e outras pessoas com necessidade de atendimento emergencial passaram a ser encaminhadas à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que está sobrecarregada, segundo o município.
Outro lado
A secretaria estadual de Saúde informa que está aguardando a direção da Fundação de Saúde Comunitária de Sinop, que administra o Hospital Regional de Sinop, enviar o comprovante do pagamento de impostos federais (entre eles INSS e FGTS) do mês de agosto para que seja feito o repasse da competência de setembro.
O último pagamento foi feito no dia 17 de outubro, com o repasse de R$ 2,483 milhões, complementando a competência de agosto, cujo valor é de R$ 4,460 milhões.
(Atualizada às 21:23h)