O ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Lorena Jardim, autorizou a Polícia Federal a periciar todos os equipamentos apreendidos durante as investigações referentes ao esquema de escutas clandestinas no âmbito da Polícia Militar. O pedido foi feito pelo desembargador do Tribunal de Justiça, Orlando Perri, responsável pelo inquérito dos grampos ilegais no âmbito do TJ. O objetivo é evitar que haja qualquer obstrução na investigação já que esta envolve militares.
Deverão ser periciados celulares, computadores, notebooks, tablets e todos os materiais eletrônicos apreendidos durante as investigações, principalmente aqueles apreendidos na Secretaria de Segurança Pública durante a Operação Esdras, da Polícia Civil.
Na ocasião, Perri determinou a prisão de oito envolvidos no esquema dos grampos ilegais, além de 15 mandados de busca e apreensão e uma condução coercitiva. “Informo que a PF poderá prestar o apoio necessário na realização de perícias criminais referentes às investigações presididas por vossa excelência quanto à possíveis interceptações telefônicas ilegais ocorrida no Estado de Mato Grosso", diz trecho do ofício emitido pelo Diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, Maurício Leite Valeixo.
Ainda segundo o documento, Perri deverá indicar quais os quesitos deverão ser respondidos pelos peritos criminais a fim de contribuir para a elucidação do esquema que teria vitimado centenas de pessoas entre políticos, jornalistas e membros do Judiciário.
Estão presos por suposta participação no esquema o ex-secretário de Justiça e Direitos Humanos, coronel Airton Benedito Siqueira Júnior, o ex-secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas, o sargento João Ricardo Soler e o major Michel Ferronato, todos da Polícia Militar. Além do ex-secretário chefe da Casa Civil, Paulo Taques, o ex-chefe da Casa Militar, Evandro Lesco, e sua esposa, Helen Christy Carvalho Dias Lesco.