A bancada federal de Mato Grosso indicou a deputada Coronel Fernanda (PL) para representar o Estado, na Câmara Federal, para manifestar o posicionamento contrário da bancada ao estudo e encaminhamento da FUNAI para demarcar 362.243 hectares da Terra Indígena Kapôt Nhinore, no Pará e Mato Grosso, criando nova reserva indígena. “A demarcação de terras precisa ser amplamente discutida para atender tantos aos povos indígenas, como a mais de 200 produtores da região e também aos municípios que perderão área. É um assunto delicado que afeta milhares de pessoas, não pode ser feito a toque de caixa como planejam”, declarou a parlamentar.
O documento apresentado pela presidente da Funai, Joênia Wapichana, durante o evento “Chamado Raoni”, define 90 dias para contestações. Depois desse período, a Funai analisará os questionamentos e na sequência encaminhará o pedido de demarcação ao Ministério da Justiça.
A nova delimitação proposta pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) atingirá os municípios mato-grossenses de Vila Rica e Santa Cruz do Xingu, causando impactos sociais e econômicos para os fazendeiros que produzem soja, milho e criam gado, e vivem há décadas na região, além da redução territorial dos dois município.
Conforme Só Notícias já informou, ontem, em Brasília, senadores e deputados mato-grossenses se reuniram e criticaram o governo federal por tentar criar a reserva. Conforme o Marco Temporal de Terras Indígenas, que aguarda votação no Senado, têm direito às terras, os povos indígenas que já ocupavam o território em 5 de outubro de 1988, data de promulgação da Constituição Federal.
