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Corregedor da PM em Mato Grosso é afastado acusado de trocar farda para instalar câmera espiã

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O corregedor-geral da Polícia Militar de Mato Grosso, coronel Carlos Eduardo Pinheiro da Silva, foi afastado do cargo após ser apontado como responsável por ordenar a troca do tipo de farda dos policiais com o intuito de pôr em prática um plano contra o desembargador do Tribunal de Justiça (TJ), Orlando Perri.

O plano tinha como objetivo colocar o desembargador em suspeição nas investigações sobre as escutas clandestinas operadas no âmbito da Polícia Militar, supostamente a mando do primeiro escalão do governo Pedro Taques (PSDB).

O coronel é suspeito de ter alterado o fardamento dos militares um dia após a instalação de uma câmera espiã na farda do tenente coronel José Henrique Costa Soares, a fim de obter imagens e áudios que pudessem comprometer ou colocar em dúvidas a imparcialidade do desembargador.

Soares atuava como escrivão nas investigações dos grampos na PM e teria sido cooptado para fazer parte do plano. A informação faz parte da decisão do próprio Perri, que determinou a prisão de oito envolvidos, além de 15 mandados de busca e apreensão e uma condução coercitiva, na Operação Esdras, da Polícia Civil.

De acordo com a decisão, existe o fardamento de passeio e o de operações, sendo que a vestimenta usada para as funções na Corregedoria era o de passeio, por características sociais. Porém, as duas fardas foram analisadas pelo sargento João Ricardo Soler, para ver qual melhor acomodaria o aparelho espião.

Foi verificado que o dispositivo somente poderia ser instalado na farda de operações “em razão da costura da outra e dos breves serem metálicos”. Com isso, Soler teria instalado o equipamento na farda do tenente Soares e o orientado sobre como utilizá-lo para fazer a gravação do desembargador Perri.

No entanto, como o uso de fardamento diferente do determinado pelo comandante pode resultar na prática de transgressão militar, o coronel Carlos Eduardo teve de fazer a alteração.

“Por isso a necessidade que houve, da noite para o dia, em se mudar o fardamento toda vida utilizado na Corregedoria da Polícia Militar, do de passeio para o de operações. De outro modo, como poderia o Ten.-Cel. Soares utilizar a ferramenta espiã?”, disse o desembargador.

Apesar da suspeita sobre o coronel Carlos, o desembargador não determinou nenhuma ação contra ele. Porém, a Polícia Militar determinou o afastamento do coronel. Com isso, assume interinamente a função de corregedor o comandante-geral adjunto, coronel Paulo Ferreira Serbija Filho. 

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