O presidente afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Antonio Joaquim, afirmou que mantém seu projeto político para as próximas eleições. De acordo com ele, assim que retornar ao cargo deve oficializar sua saída da instituição. No dia 14, o ministro Luiz Fux determinou o afastamento de cinco conselheiros, entre eles Joaquim, que foi citado em duas situações na delação do ex-governador Silval Barbosa (PMDB). “Assim que eu voltar eu vou manter meu pedido de saída do Tribunal mesmo com investigação, porque eu não tenho medo, não estou devendo nada a ninguém. Não há justificativa para o meu afastamento e eu espero que minha imagem não seja arruinada por isso”, disse o conselheiro.
Na delação do ex-governador e do irmão dele, o empresário Antônio Barbosa foi mencionado um contrato de compra e venda de uma fazenda do conselheiro o que levou o procurador-geral da República Rodrigo Janot a pedir ao ministro Fux a autorizar os mandados de busca e apreensão e afastamento do conselheiro do cargo. Na petição assinada por Janot, Antonio Joaquim é acusado de receber propina, lavagem de dinheiro, sonegação de renda e organização criminosa.
A situação teria ocorrido em junho de 2012, quando uma empresa administrada por Wanderley Torres, figurou como compradora de uma fazenda de Antônio Joaquim e sua esposa. No entanto, o verdadeiro comprador do imóvel foi Silval Barbosa, na época governador. O dinheiro que ele utilizou para comprar a fazenda originou-se de diversos esquemas de corrupção praticados em seu governo.
“Não posso sair sem resgatar minha reputação que foi arrombada pelo Janot. No dia que eu voltar ao Tribunal, meu projeto de sair para um retorno as atividades politicas está mantido. Agora tem que se avaliar uma coisa, o Janot que é amigo do governador Pedro Taques não sabia que eu sairia do Tribunal? Será que ele não sabia que eu tenho um projeto político, será que isso incomoda alguém? Alguém está desconfortável por eu estar saindo para disputar alguma coisa? Porque não há justificativa para o ato. Nessa situação da fazenda, eu vendi ela para o Wanderley e nunca soube que Silval era sócio ou algo assim”, criticou Joaquim.
Janot também alegou que os fatos criminosos se referem a atos relacionados ao exercício da função e que, por conta disso, o afastamento foi necessário para evitar interferências na investigação, uma vez que ele poderiam facilmente utilizar-se do cargo para constranger servidores e recolher provas presentes no órgão.