A justiça de Sinop decidiu soltar uma mulher acusada de envolvimento em uma chacina ocorrida em dezembro de 2021, no bairro Adriano Leitão. Foram mortos Laurielson França Souza, de 30 anos, Rubenilson de Jesus Silva Monteiro, de 38 anos, Emerson Renaio Ribeiro Pereira, de 22 anos, e Bruno Beche Garcia Sousa, de 23 anos.
No ano passado, a justiça sinopense havia decidido que a mulher deveria ser levada a júri popular por quatro homicídios qualificados. A defesa recorreu e o Tribunal de Justiça entendeu que os elementos que indicariam a participação da acusada eram “extremamente precários e anêmicos”. “Com efeito, a única conclusão efetivamente extraída dos autos é de que a recorrente comprou quatro capuzes; número análogo ao dos agentes que possivelmente executaram os ilícitos; que a acusada fez tal aquisição a mando de terceira pessoa, possivelmente, um dos líderes de organização criminosa atuante naquela localidade”, disse o relator, desembargador Gilberto Giraldelli.
“Ocorre que, muito embora não esteja efetivamente comprovado que a ré não contribuiu para os ilícitos, a inviabilizar sua imediata absolvição sumária; também é de concluir que tais circunstâncias, isoladamente, não constituem indícios suficientes de autoria em desfavor da ré, sobretudo considerando os termos constantes dos autos, reduzidos a presunção de que, por possivelmente integrar a organização criminosa, saberia que os artefatos comprados por ela seriam utilizados na execução de quatro indivíduos”, concluiu o magistrado.
No recurso, Giraldelli votou para que a suspeita não fosse a julgamento, entendimento seguido pelos demais desembargadores da Terceira Câmara Criminal do tribunal. Com isso, o caso voltou para a comarca de Sinop, que decidiu revogar a prisão preventiva da acusada.
Este mês, conforme Só Notícias já informou, a justiça marcou para novembro o julgamento de um dos acusados de participação no crime. Apenas ele e a mulher respondiam pelos crimes. No entanto, este ano, a Justiça determinou que a ação penal contra os dois acusados fossem separadas porque, em outubro passado, ficou definido que a dupla seria levada a júri popular. Como apenas a acusada recorreu da decisão, a justiça desmembrou o processo, para que o o outro réu não fosse prejudicado.
O réu será levado a júri popular por homicídio duplamente qualificado, cometido por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas. O crime ainda teria a participação de terceiro suspeito que, por não ter sido localizado, também teve o processo separado.
A mulher havia sido presa no Jardim das Oliveiras, em Sinop e o suspeito em Porto dos Gaúchos (140 quilômetros de Sinop). As quatro vítimas eram do Maranhão e estavam em Sinop trabalhando.
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