O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) acatou o pedido de prisão de Joesley Batista e Ricardo Saud, da empresa JBS. A informação foi divulgada, esta manhã, pelo colunista Leandro Colon, da Folha de São Paulo. Segundo ele, as prisão são temporárias e ainda não há previsão para serem executadas pela Polícia Federal. Conforme o colunista, os advogados indicaram que os réus pretendem se entregar.
Os pedidos de prisão foram feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na última quinta-feira (8). Na ocasião, ele também pediu a detenção do ex-procurador da República Marcelo Miller, solicitação que, conforme o colunista, não foi atendida por Fachin. Janot concluiu que os colaboradores esconderam do Ministério Público fatos criminosos que deveriam ter sido contados nos depoimentos.
A conclusão de que os delatores omitiram informações passou a ser investigada pela PGR na segunda-feira (4) a partir de gravações entregues pelos próprios delatores como forma de complementação do acordo, firmado também com Ricardo Saud, ex-executivo da empresa, e Francisco e Assis e Silva, advogado do grupo empresarial.
A PGR também suspeita que o ex-procurador da República Marcelo Miller atuou como “agente duplo” durante o processo de delação. Ele estava na procuradoria no período das negociações e deixou o cargo para atuar em um escritório de advocacia em favor da J&F.
Em uma das conversas, Joesley e Saud afirmam que atuariam para usar o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo com objetivo de atingir ministros da Suprema Corte. A ideia era gravar uma conversa com Cardozo na tentativa de identificar os ministros sobre os quais ele poderia ter influência. “Depois vamos botar tudo na conta do Zé", diz Joesley no áudio divulgado pelo STF.
A defesa de Marcelo Miller criticou o pedido de prisão, após o depoimento do ex-procurador à Procuradoria Regional da República (PRR) no Rio de Janeiro. “Nós estamos sabendo pela imprensa, agora, se realmente for verdade, causa muita espécie. Por que esse pedido de prisão antes do depoimento? Para que o depoimento, então?”, questionou o advogado André Perecmanis.