O ex-governador Silval Barbosa disse, na delação premiada homologada pelo STF, que o deputado Mauro Savi (PSB) comprou o avião Sêneca II, prefixo PT-ECI, que era seu e deixou de pagar R$ 140 mil. O motivo, segundo Silval, seria que Savi teve um acidente durante um voo. Savi acabou por devolvendo a aeronave. O valor aproximado da negociação foi de R$ 300 mil, sendo que o pagamento se daria com a transferência de uma caminhonete modelo Hillux Toyota, por R$ 160 mil, e ficou combinado que o deputado teria que repassar mais R$ 140 mil, em dinheiro.
Ainda segundo Silval, a caminhonete foi adquirida em nome da empresa Tupi Comunicações, de propriedade de seus familiares, e Savi ficou responsável por pagar as 24 parcelas referentes ao automóvel, que era financiado. O ex-governador diz que a compra foi feita através de seu irmão, Antonio Barbosa, e o cunhado de Savi, Valdir Daroit. “Que o Declarante esclarece que o avião estava registrado em nome de seu irmão Antonio Barbosa e por essa razão ele aparece no contrato de compra e venda como vendedor; que Mauro Savi não aparece como comprador no contrato, estando em seu lugar Valdir Daroit, à época seu cunhado”, diz a delação.
Silval revelou ainda que tomou ciência, por meio de Savi, que o dono de uma empresa de construções teria pago duas parcelas do financiamento da caminhonete, utilizando os próprios cheques. Após isso, Silval procurou Savi e solicitou que os pagamentos remanescentes fossem feitos diretamente a Silval. “Que o Declarante fez esse pedido a Mauro Savi, pois tinha receio de que o empresário alegasse eventualmente que tivesse comprado um automóvel em favor do Declarante”.
O acidente ocorreu em maio de 2008. Por problemas no trem de pouso, a aeronave teve que pousar "de barriga" no aeródromo da Santa Rita, no Distrito Industrial de Cuiabá.