Ao menos por enquanto, a Câmara de Vereadores de Juara (292 quilômetros de Sinop) não deve abrir investigação própria sobre o caso da prefeita do município, Luciene Bezerra (PSB), suspeita de receber dinheiro de propina. A acusação foi feita em delação do ex-governador Silval Barbosa (PMDB). Luciane aparece em um vídeo recebendo dinheiro das mãos do ex-chefe de Gabinete de Silval, Silvio Cézar.
No sábado (26), a câmara emitiu uma nota, assinada por todos os parlamentares, garantindo apenas que está acompanhando o caso. “Esta Casa de Leis está e sempre esteve com seus olhos atentos voltados à administração pública municipal, portanto, asseguramos à população que qualquer ato cometido pela representante do Poder Executivo que venha a comprometer a governabilidade deste município será devidamente investigado e apurado a sua responsabilidade nos ditames que a lei permite”.
Até mesmo entre a oposição, o assunto é tratado com cautela. “A gente se reuniu no sábado e decidiu por soltar esta nota de esclarecimento. Aguardamos o desenrolar, sobretudo do Supremo Tribunal Federal (STF). Temos que ter cautela no que falamos e no que vamos fazer. Até porque, esta situação aconteceu quando ela (Luciene) era deputada. Então é outra esfera”, afirmou, ao Só Notícias, o vereador Salvador Marinho (PRB). “Por enquanto não devemos fazer pedido de CPI. Estamos analisando os fatos e acredito que, esta semana, deve sair algo e teremos posição mais concreta”.
Na semana passada, Luciene afirmou, ao Só Notícias, estar com a consciência tranquila e negou que o dinheiro recebido das mãos do ex-chefe de Gabinete do ex-governador Silval Barbosa, Silvio Cezar, é de propina. Segundo ela, o montante seria para quitar dívidas de um negócio entre Silval e Oscar Bezerra (atual deputado estadual e seu marido). O valor desta dívida seria de R$ 500 mil, porém, seguindo orientação de seu advogado, a prefeita preferiu não revelar quanto recebeu no momento em que o vídeo foi gravado e nem que tipo de negócio havia entre Silval e Oscar.
Conforme Só Notícias já informou, o ex-governador Silval Barbosa entregou para a Procuradoria Geral da República vídeos onde seu ex-chefe de Gabinete aparece entregando dinheiro para Luciene, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), o deputado federal Ezequiel Fonseca (PP), e os ex-deputados estaduais Jota Barreto e Alexandre Cesar (PT). Silval garantiu, na delação feita aos procuradores, que o dinheiro era propina. Os cinco acusados eram deputados estaduais quando os repasses foram feitos.