O secretário-geral do PMDB em Mato Grosso, deputado estadual Silvano Amaral, afirmou que o grupo já vem conversando sobre a possível expulsão do ex-governador Silval Barbosa do partido. De acordo com ele, isso não está definido, mas é algo que será conversado com a diretoria da legenda.
“Por enquanto isso não está confirmado. É uma pauta que já foi discutida de forma individual com as lideranças, mas é algo a ser definido pelo grupo como um todo. Devemos debater o assunto, porque ele vem fazendo muitas confissões e isso precisa ser analisado dentro do partido”.
O deputado disse que não acredita que o partido seja manchado tendo em vista que o ex-governador é acusado de chefiar esquemas de corrupção na época da sua gestão. “Acho que muito pouco deve ser associado. Mas o partido é muito forte e não fez nada contra ninguém. O partido tem sua história, não nasceu ontem. O diretório vai decidir se ele deve ou não ficar, mas acho que é uma discussão que precisa ser feita, precisamos ouvir a militância”.
No início da semana o presidente do partido, deputado federal Carlos Bezerra saiu em defesa de Silval e afirmou que apesar dos erros, o ex-governador também fez coisas boas por Mato Grosso. O parlamentar sustenta que o partido deve lançar um candidato ao governo em 2018.
“Na hora que o cara está na situação do Silval todo mundo quer jogar pedra. Mas é uma questão pessoal do Silval Barbosa e não do PMDB. O partido é muito maior do que isso e estamos construindo junto a base oposicionista essa candidatura ao governo. O Silval fez muito por Mato Grosso, quem anda por esse Estado sabe o quanto a infraestrutura melhorou”.
Silval Barbosa foi preso no dia 17 de setembro de 2015 na Operação Sodoma. A princípio era acusado de chefiar uma organização criminosa que cobrava propina de empresários que mantinham contratos com o Estado e também praticava extorsão. O ex-gestor foi solto no início de junho deste ano. No início deste mês. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, homologou a delação premiada do ex-governador, acordo foi fechado entre Silval e a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Apesar de estar em sigilo, as declarações de Silval vêm sendo divulgadas nos últimos dias pela TV Globo e jornal Folha de S. Paulo. Nos depoimentos, o peemedebista revelou fraudes envolvendo autoridades locais e com foro privilegiado, além de empresários de Mato Grosso. Ex-governador teria entregue provas como vídeos e documentos à Justiça.