Diante do anúncio de paralisação dos atendimentos hospitais filantrópicos de Mato Grosso, o governador Pedro Taques (PSDB) reagiu e disse que “não vai lavar as mãos” com relação ao assunto, porém, já adiantou que “não trabalha com ameaças”.
Ao menos três hospitais filantrópicos de Cuiabá, credenciados ao Sistema Único de Saúde (SUS), já anunciaram que irão fechar as portas na próxima sexta-feira (18) diante da falta de recursos financeiros para custear o serviço. A alegação é de que o Estado precisaria repassar R$ 12,7 milhões para a manutenção dos serviços.
Taques, porém, afirmou que o Estado não é responsável pelo custeio dos filantrópicos e que realiza, somente, o repasse de recursos aos municípios e que estes, sim, seriam responsáveis por manter essas unidades de saúde.
“Nós não estamos criticando quem quer que seja. Agora, o Estado não pode ser responsável por algo que não lhe pertence. A quem cabe a manutenção dos hospitais filantrópicos. O Estado repassa ao município e o município repassa aos filantrópicos”, explicou, durante lançamento da Delegacia da Mulher, Criança e Idoso, em Várzea Grande.
O governador ressaltou ainda que tem aumentado o repasse financeiro, como parte do compromisso assumido diante das dificuldades das filantrópicas. Hospital Geral Universitário, Santa Helena e Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá já deixaram de receber novos pacientes que necessitam de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), devido à falta de recursos para manutenção do serviço.
“Tendo em conta a dificuldade dos hospitais filantrópicos, nós assumimos e fizemos um acordo com os hospitais filantrópicos de que, durante três meses, repassaríamos um determinado valor. Cumprimos isso. Agora, os hospitais filantrópicos estão ameaçando fechar as portas, com ameaças nós não trabalhamos”.
Foram repassados cerca de R$ 3,5 milhões por mês aos cinco hospitais filantrópicos de Mato Grosso. “O problema é nacional. Nós estamos bancando 100% das UTIs dos filantrópicos, agora, o Estado não é responsável pelos filantrópicos, mas eu não vou lavar as mãos como Pôncios Pilatos, nós estamos buscando resolver isso”.
Por isso, uma reunião para discutir uma solução para o problema deve ocorrer a fim de evitar que milhares de pessoas fiquem sem atendimento. Somente nesta semana, cerca de 7 mil pacientes deixaram de receber atendimento nos filantrópicas.
“Nós vamos novamente chamá-los para uma conversa e o Estado não ficará fora deste debate, mas nós não podemos, neste momento, ajudar os hospitais da maneira que eles desejam. Veja, nós ajudamos os filantrópicos e faltou dinheiro para os regionais, mas mesmo assim, estamos em dia com os regionais. Estamos saldando nossos compromissos, o que prova que as transformações estão ocorrendo”.
Ainda não há data para que essa nova conversa ocorra, porém, a previsão é de que seja até a quinta-feira (16), a fim de evitar a paralisação anunciada. "Os filantrópicos são importantes, são pessoas sérias. O que queremos é que abram a planilha para saber quanto se está gastando ali”.