O secretário-chefe da Casa Civil, José Adolpho, e o governador Pedro Taques (PSDB) se manifestaram sobre a soltura do ex-secretário Paulo Taques. Os dois afirmaram confiar na Justiça e externaram satisfação com a decisão ministro Reynaldo Soares da Fonseca, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que libertou o primo do governador, ontem, que é suspeito de participar de um sistema de arapongagem no Estado.
“Esse é um problema jurídico. Não cabe ao governo avaliar. Ele é meu amigo. Então, não tem como ficar triste. Fico contente. Juridicamente, uma decisão do STJ tem o seu peso, mas não quero entrar nesse assunto”, afirmou Adolpho. Questionado sobre a inocência de Paulo, ele ressaltou que acredita no amigo. “Lógico. Porque eu o conheço”.
O ex-secretário estava detido no Centro de Custódia da Capital (CCC) desde a última sexta-feira (4), por determinação do desembargador Orlando Perri. José Adolpho é citado na decisão do desembargador, como longa manus [extensão] de Paulo Taques dentro do Governo. O secretário, entretanto, demostrou desconforto ao falar no assunto. “Não tem nem o que falar. Eu sou eu”.
Já o governador Pedro Taques (PSDB) afirmou que confia na Justiça. “Fico feliz porque ele é meu primo, mas não vou tratar desse assunto desta maneira. Vou tratar na hora certa o que está ocorrendo. Isso é questão do Judiciário. Eu confio na Justiça”.
O esquema de escutas ilegais divulgado em maio e que supostamente Paulo Taques teria envolvimento, obtinha informações por meio de ligações de números de telefones de cidadãos comuns, sem conexão com uma investigação, que foram inseridos em um pedido de quebra de sigilo telefônico à Justiça. No caso da denúncia, teria sido usado um inquérito que investigava uma quadrilha de traficantes de cocaína. As apurações até o momento apontam para a inclusão, em duas investigações, dos números da ex-amante do ex-secretário, Tatiana Sangalli, e sua ex-assessora, Carolina Mariane.