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Nadaf diz que Silval queria esconder mais de R$ 18 milhões de propina do VLT na Suíça

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O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) afirmou para seu ex-secretário de Estado da Casa Civil Pedro Nadaf que tinha 8 milhões de euros – R$ 18 milhões à época – para receber a título de propina da empresa espanhola CAF, fabricante dos vagões do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) adquiridos pelo Estado e que estão há mais de dois anos parados, sem expectativa de que realmente sejam instalados no trecho entre Cuiabá e Várzea Grande. Essa informação consta no termo de delação premiada de Pedro Nadaf, feita em 11 de janeiro passado ao Ministério Público Federal, que investiga esquema de corrupção na escolha do modal que deveria ter ficado pronto antes da Copa do Mundo de 2014, que foi sub-sediada em Cuiabá. O VLT não foi concluído até hoje.

Nadaf disse ainda aos promotores que, por conta de uma viagem a Suíça, no período pré-copa, na condição de membro delegado representante da Confederação do Comércio, Silval teria lhe perguntado se tinha conhecimento de como funcionava o sistema financeiro suíço. “No referido termo de declarações, dentre outras informações, Pedro Nadaf afirma que, por ocasião de viagem que ele (Pedro Nadaf) faria à Suíça — no mesmo contexto de outras que fez na condição de "membro delegado representante da Confederação Nacional do Comércio" — Silval "perguntou ao declarante se tinha conhecimento como funcionava o sistema financeiro na Suíça”, diz trecho da representação da Polícia Federal ao juiz da 7ª Vara Federal, em que requereu autorização para deflagrar a operação Descarrilho, feita hoje de manhã, com o cumprimento de 18 mandados de busca e apreensão e a condução coercitiva do ex-secretário da Copa, Maurício Guimarães e os federais também cumpriram cerca de 10 mandados em Cuiabá, Várzea Grande, e outros em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

Diante das afirmações de Nadaf, o Ministério Público Federal interrogou o ex-governador no último dia 5 de julho e ele negou a existência de fraude na licitação do VLT, mas admitiu que houve tratativas referentes ao pagamento de propina por parte das empresas integrantes do consórcio do Veículo Leve Sobre Trilho, vencedor do certame. Conforme o documento da Polícia Federal, após fazer cruzamento de dados, verificou-se que as informações prestadas por Silval Barbosa são coerentes com outros elementos de prova que instruem os autos.

(Atualizada às 15:11h)

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