O coronel da Polícia Militar, Evandro Alexandre Ferraz Lesco (foto), não é mais o titular da Secretaria de Estado da Casa Militar. O ato com a sua exoneração foi publicado no Diário Oficial do Estado, que circula hoje, e está assinado pelo governador Pedro Taques (PSDB). A saída de Lesco do staff estadual foi “a pedido”. Ou seja, partiu do próprio ex-secretário.
Outro que pediu para deixar a pasta foi o coronel da Polícia Militar, Ronelson Jorge Barros, que ocupava o posto de secretário adjunto. Já o cabo da PM, Gerson Luiz Ferreira Correa Júnior, foi exonerado pelo governador. Neste caso não consta no documento que ele pediu para deixar o posto. Ele ocupava cargo em comissão de Direção Geral e Assessoramento da Casa Militar.
Os três são acusados de envolvimento no caso dos grampos ilegais que ocorriam dentro da Polícia Militar de Mato Grosso. Foram ‘grampeadas’ pelo menos mil pessoas entre políticos, advogados, jornalistas e servidores. Além dos três, são acusados de participarem do núcleo o ex-comandante da PM do Estado, coronel Zaqueu Barbosa, e o tenente coronel Januário Batista.
De acordo com o inquérito, o núcleo existia desde a campanha eleitoral de 2014 e as escutas ilegais eram feitas através de um sistema chamado de ‘Sentinela’, operado paralelamente aos sistemas ‘Sombra’ e o ‘Guardião’ de responsabilidade da Polícia Federal e do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPE), respectivamente.
As interceptações só foram encerradas em outubro de 2015, ocasião em que o núcleo foi desmontado, conforme concluiu o inquérito. Neste mesmo dia, o ex-secretário de Segurança Pública (Sesp), promotor de Justiça Mauro Zaque, fez a primeira denúncia ao governador Pedro Taques (PSDB) sobre o esquema de arapongagem em Mato Grosso. O inquérito apontou ainda que não há registro das gravações.