PUBLICIDADE

Sindusmad diz que taxa da identificação da madeira que volta a ser cobrada é cara para setor madeireiro

PUBLICIDADE

O presidente Sindusmad (Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado), Sigfrid Kirsch, declarou, ao Só Notícias, a insatisfação do setor em relação a forma como a identificação da madeira será feita a partir de hoje, e todos os caminhões do Estado terão que passar por um posto de fiscalização no Distrito Industrial em Cuiabá para serem identificas as espécies de madeira serrada que foram vendidas pelas indústrias e estão indo para clientes em outros Estados.  “Nós não somos contra a fiscalização, só queremos que essa certificação seja feita em postos volantes, nos postos fiscais da secretaria estadual de Fazenda (Sefaz), nas saídas do Estado. O caminhão tem que passar lá e porque não fazer junto?. Quem tem madeireira na BR-080, que leva lá para o Araguaia e não passa por Cuiabá, como essa pessoa vai fazer essa classificação ?. Esse posto fiscal só vai prejudicar quem trabalha correto”, declarou.

Outra preocupação dos madeireiros é em relação ao valor que será cobrado para fazer essa identificação, R$ 9,57 por metro cúbico. Em uma carga com 50 metros cubico, o madeireiro vai pagar R$ 478,50 de taxa. O valor varia de acordo com a unidade padrão fiscal (UPF) que é corrigida mensalmente.“ É mais um custo para nós. Além disso o caminhão ainda vai ficar parado, muitas vezes o dia inteiro em Cuiabá e isso vai influenciar no valor de frete. É um retrocesso. É mais um entrave que só vai atrapalhar o setor”.

Sigfrid disse ainda que o setor vai tentar reverter a forma como a classificação será feita. “Nós já estamos nos mobilizando, existia uma promessa do governador de que não seria dessa forma. Já estávamos negociando isso a mais de um ano. Só que infelizmente está sendo colocada dessa forma”.

Ainda de acordo com o presidente do Sindusmad, mensalmente são emitidas cerca de 7 mil guias florestais. Levando em consideração que alguns caminhões levam duas guias, são no mínimo 5 mil caminhões para passarem pela classificação. “Fazendo uma conta rápida eles teriam que vistoriar mesmo que for 24 horas, seriam cerca de 7 caminhões por hora. Os caminhões não vão passar lá 24 horas, os horários de pico serão no final do tarde, quero ver como vai ficar quando chegarem lá 100, 200 caminhões, como que faz?. Saindo de lá ainda vai ter de parar no posto da receita para vistoriar de novo para conferir. Ai o que acontece, motorista vai cobrar frete mais caro, nós vamos ter de pagar essa taxa que vai sair cara, tudo influencia. Já estamos quase inviável com os outros estados por causa do Fethab que eles não tem, e agora com mais um entrave o que vai acontecer, é carregada a madeira lá em Rondônia, por exemplo, passa dentro do Estado sem precisar passar por essa fiscalização. Vamos perder a concorrência para eles. É andar para trás, finalizou Sigfrid.

O Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea) reabriiu, hoje, o Posto Fiscal de Identificação de Madeira, no Distrito Industrial de Cuiabá. A coordenadoria de Fiscalização dos Recursos Naturais Renováveis (CFRNR) do Indea, responsável pela atividade, também passará a funcionar no mesmo prédio. Foram investidos cerca de R$ 60 mil na reforma e aquisição de equipamentos e móveis para a reabertura do posto.

De acordo com o presidente do Indea, Guilherme Nolasco, o posto funcionará 24 horas, e contará com seis equipes de servidores, além de 14 reeducandos que auxiliarão o trabalho dos identificadores. Cada equipe será composta por dois servidores que irão identificar toda a madeira beneficiada exportada para outros Estados. Nolasco destacou ainda que o local é estratégico, uma vez que cerca de 80% das cargas de madeira passam por Cuiabá. As empresas que utilizam a rota da região do Araguaia contarão com a possibilidade de fiscalizações volantes.

A atividade de identificação de madeira é amparada pela Lei Complementar 235, de 2005, que determina que o transporte de madeiras extraídas no território mato-grossense só será permitido mediante apresentação do Certificado de Identificação de Madeira (CIM) das espécies transportadas, a ser emitido pelo Indea. A atividade estava suspensa desde 2013.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

PUBLICIDADE