O setor de serviços, o que mais emprega na economia, apresentou crescimento de 0,9% em maio, na comparação com abril. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta quarta-feira, no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em abril, o resultado tinha sido uma queda de 1,5%.
No ano, o setor, que reúne atividades como comércio varejista, transporte, imobiliárias, turismo e alimentação, apresenta alta de 4,8%. Em 12 meses, o saldo positivo é de 6,4%. Apesar da retomada em maio, o segmento está 2% abaixo do ponto mais alto da série histórica do IBGE, alcançado em dezembro de 2022.
O setor de transportes, com alta de 2,2%, foi o que mais ajudou a puxar para cima o resultado mensal. “O transporte de cargas e o de passageiros avançaram no mês. Já sob a ótica do modal, os principais impactos para o resultado positivo vieram do rodoviário de cargas, do aéreo de passageiros e do aquaviário de cargas”, explica – no site do IBGE – o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
Esse desempenho foi um reflexo da atividade agropecuária, que tem se mostrado um dos principais motores da economia brasileira. “Os recordes da safra de grãos acabam influenciando os transportes, especialmente o rodoviário de cargas. Esse impacto não é de agora. A partir de maio de 2020, ainda no início da pandemia de covid-19, houve um crescimento importante desse setor, muito ligado ao aumento na produção agrícola”, diz Lobo.
Outro fator que deu força ao segmento de transportes foi um legado iniciado durante a pandemia: o uso da internet para fazer compras, que movimenta serviços de frete. Houve “o boom do comércio eletrônico, com a migração em larga escala das vendas em lojas físicas para as plataformas online”, afirma o analista do IBGE.
A força do agronegócio ficou ressaltada também na análise por regiões. O estado do Mato Grosso teve expansão de 22,5% no setor de serviços em maio. “O setor agro influencia muito o transporte rodoviário de cargas. Os transportes representam 77% dos serviços de Mato Grosso, então qualquer movimentação de crescimento ou de queda determina o resultado do setor no estado”, ressalta Lobo.
Depois de transportes, o segmento que mais influenciou a alta no país foi o de serviços prestados às famílias, que cresceu 1,1% em maio. Também positivo, porém com menor peso no índice geral, o ramo de atividades turísticas se expandiu 4% em maio. É o segundo resultado positivo consecutivo. O setor está 5,6% acima do patamar de fevereiro de 2020, antes de começar a pandemia.
Para se ter uma ideia da importância do setor de serviços para a economia – com geração de emprego e renda – o último levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego e que faz uma radiografia do mercado de trabalho formal – aponta que, do saldo positivo de 865.365 vagas com carteira assinada criadas entre janeiro e maio deste ano, 521.540 estão no setor de serviços.