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Comitê de Otaviano Pivetta em Lucas do Rio Verde foi grampeado por policiais ao custo de R$ 20 mil

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O ex-prefeito de Lucas do Rio Verde, Otaviano Pivetta (sem partido), teria sido mais um alvo das escutas ilegais em um esquema que ficou conhecido como “barriga de aluguel”. A afirmação consta no depoimento do coronel e secretário de Estado de Justiça e Direito Humanos, Airton Benedito de Siqueira Júnior, prestado hoje no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar ao coronel Jorge Catarino Ribeiro, encarregado do inquérito policial militar que investiga o esquema de grampos ilegais que era operado em Mato Grosso.

O serviço de arapongagem teria sido contratado por Rogério Ferrarin, coordenador da campanha do prefeito eleito em 2016, Luiz Binotti, pelo valor de R$ 20 mil.

Conforme Siqueira, o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, disse que seu escritório estava prestando assessoria jurídica em Lucas do Rio Verde e que pessoas, aparentemente policiais militares, que estavam no hotel perguntando sobre o nome dos advogados do escritório do Dr. Paulo, quais quartos estavam hospedados, o que estavam fazendo.

“Fui informado que um deles foi identificado como ‘caveira 06’ e disse que iria entrar em contato com o comandante regional de Nova Mutum, coronel PM Cunha”.

Em um encontro em um posto de combustíveis, em Cuiabá, o cabo da Polícia Militar, Rafael, teria afirmado que esteve em Lucas do Rio Verde, junto com o major da PM Barros em uma missão conduzida pelo tenente coronel César Gomes, que teria sido contratado por Rogério Ferrarin.

“Que o cabo PM Rafael disse ao informante que instalaram escuta ambiental e câmeras no comitê da campanha do Pivetta e invadiram o escritório jurídico no hotel e tiraram fotos e mandariam esses dados ao Ten Cel PM César Gomes para produzir um relatório e subsidiar futura impugnação da candidatura”, diz trecho do depoimento.

Siqueira diz ter ficado em uma situação difícil porque Binotti era candidato apoiado pelo vice-governador e Pivetta era candidato do governador Pedro Taques. “Que percebeu um mal-estar gerado com o vice-governador, sendo que provavelmente venderam uma história de que o informante estava fazendo atividade de inteligência, totalmente diferente do que o informante relatou”.

Siqueira afirmou também que foi intimado e tomou conhecimento de que foi instaurado um inquérito policial pelo delegado Flávio Henrique Stringueta e que estaria sendo investigado por suposta operação de inteligência ilegal realizada em Lucas do Rio Verde, em 2016.

Até o momento, a defesa de Rogério Ferrarin não se pronunciou sobre este suposto pagamento pelo “grampo”.

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