A cúpula do PSB esteve reunida novamente para tentar articular a retomada do comando do partido em Mato Grosso. A volta do deputado federal Valtenir Pereira e sua indicação à presidência da legenda fizeram com que um sentimento de insatisfação tomasse conta das lideranças. Durante reunião na manhã desta segunda-feira (26), o coro “É pra lutar, é pra unir Fora Valtenir”, surgiu entre os correligionários.
A escolha do presidente nacional da sigla, Carlos Siqueira, foi considerada uma “safadeza” pelo ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB). “Reconstruímos o PSB com outras lideranças, tornamos o PSB um dos principais partidos aqui do Estado. Demos à executiva nacional dois deputados federais. Então, a minha decisão é de lamentar e achar que isso foi uma ingratidão e, por que não dizer, uma safadeza que fizeram conosco aqui no Estado”.
O ex-presidente da sigla, deputado federal Fábio Garcia, que foi afastado do comando após a votação da reforma trabalhista na qual votou contrário às orientações da Executiva Nacional, orientou os correligionários a continuarem no partido até que todos os meios de retomada do comando estejam esgotados.
“Nesse momento não vamos sair do partido. Compartilhamos as opções que temos, hoje temos uma premissa que qualquer solução tem que ser uma onde caiba todo o nosso grupo político. Hoje, por não ter uma janela que permita os vereadores migrarem, nós não vamos deixar nenhum companheiro para trás. Nossa opção é fazer a luta dentro do partido e retomar, no voto, o comando da sigla”, disse Garcia.
A alternativa de realizar uma eleição dentro do partido existe, uma vez que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que as legendas tenham até o dia 3 de agosto para eleger o diretório. A escolha deve ser feita pela disputa de chapas onde os filiados elegem os líderes. A resolução do TSE entrou em vigor em março e tem um prazo até 3 agosto. A medida obriga os partidos a exercerem democracia interna e eleger seus dirigentes.
“Valtenir é um exército de um homem só, ele não gosta de partido com muitos líderes porque ele quer um partido para ele. Nunca se preocupou em viabilizar o crescimento do partido. Nós temos uma identidade com o PSB e não queremos entregar de mão beijada. Se ele achou que ia ser fácil ele está enganado”, afirmou o secretário de Estado de Agricultura Familiar e Assuntos Fundiários, Suelme Evangelista (PSB).