O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de Mato Grosso do Sul (GAECO) deflagrou, esta manhã, a operação Arnaque (golpe), para o cumprir 39 mandados de prisões preventivas e de 51 buscas e apreensões em oito Estados para apurar a atuação de envolvidos com fraudes em ações relativas a empréstimos concedidos para idosos, deficientes e indígenas.
A assessoria do Ministério Público do Mato Grosso informou que, dos 39 mandados, 10 são de prisões e seis de buscas e apreensões em Sinop. Também há um mandado de prisão em União do Norte (distrito de Peixoto de Azevedo). Não foram apontados nomes nem atividade profissionais dos investigados.
No Mato Grosso do Sul os mandados são em Iguatemi, Naviraí, Paranhos, Tacuru, Sete Quedas, Eldorado, Anaurilândia e Chapadão do Sul, Bahia (Barreiras), Goiás (Goiânia), Minas Gerais (Iturama), Paraíba (João Pessoa), Piauí (Floriano) e no Paraná (Araucária, Cascavel, Campo Mourão, Guarapava, Peabiru, Engenheiro Beltrão e Icaraíma) todos expedidos pelo Juízo da 4ª Vara Criminal de Competência Residual da comarca de Campo Grande.
As equipes fazem a operação em oito Estados do país “na etapa conclusiva da investigação que, no último mês, “tornou réus 39 presos, por ordem judicial, dentre eles sete advogados, dois vereadores (no Mato Grosso do Sul) e outros dois servidores públicos, pela prática dos crimes de integrar organização criminosa, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e uso de documento falso”.
O trabalho investigativo identificou “duas organizações criminosas lideradas por advogados responsáveis pela propositura de mais de 70 mil ações judiciais” no país, “muitas delas consideradas temerárias pelo Poder Judiciário (praticamente todas as demandas partem da premissa de que empréstimos consignados são forjados)”.
A polícia descobriu que o grupo obteve procurações de idosos, deficientes e indígenas para, ao final, ajuizarem múltiplas demandas em nome deles contra instituições financeiras, terminando cerca de 10% dos casos com procedência, quando não são feitos acordos em massa com instituições financeiras.
As investigações revelaram que “os crimes, apesar de explorarem pessoas em grave situação de pobreza e vulnerabilidade social, permitiram que líderes das organizações criminosas movimentassem cerca de R$ 190 milhões em menos de cinco anos de atividade”, aponta o Ministério Público do Mato Grosso do Sul.
Além do GAECO nos Estados onde a operação é feita, representantes das “Comissões de Defesa e Assistência das Prerrogativas dos Advogados de Seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil por todo o país” acompanharam o cumprimento das medidas judiciais.
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