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Secretário estadual diz que procuradora do MPF sonega informação

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O secretário de Estado de Cidades, Wilson Santos (PSDB), acusou a procuradora Bianca Britto de Araújo, do Ministério Público Federal, de sonegar informações a respeito dos custos da retomada das obras do Veículo Leve sobre Trilhos. Durante entrevista concedida à rádio Capital FM, esta manhã, ele afirmou que, diferentemente do que foi dito pela procuradora, o Ministério Público Estadual (MPE) apresentou um valor estimado para a obra do modal.

“Para aqueles que achavam que R$ 922 milhões era um absurdo, temos finalmente em mãos um documento do Ministério Público Estadual, assinado pelo engenheiro civil Jonathan [Almeida Neri], ele que chefia o corpo técnico, que diz que realmente o valor é o que nós tínhamos acordado”.

O valor proposto pelo Ministério Público Estadual foi de R$ 920,79 milhões, ou seja, um montante 0,1% diferente do que foi acordado entre o governo do Estado e o Consórcio VLT para que o modal de transporte seja finalizado nos próximos dois anos, conforme o secretário.

Por outro lado, ele destacou que Bianca Britto negou essa informação, quando questionada em coletiva de imprensa ocorrida na tarde de quarta-feira (31). “A procuradora, inclusive, foi perguntada por um profissional: ‘qual o valor que vocês chegaram?’ Ela disse: ‘não chegamos a valor nenhum”, apontou o secretário.

“Ela sonegou uma informação que ela tinha, ela sabia. A doutora Bianca Britto sabe sim que o corpo técnico do MPE, comandado pelo engenheiro civil Jonathan Almeida Neri chegou sim ao número que nós acordamos”, rebateu Wilson Santos.

Wilson também questionou o fato da procuradora concordar com o valor de R$ 636 milhões ditos como corretos pela auditoria da KPMG, no final de 2015, e não concordar com o montante de R$ 922 milhões, sendo que este dado também foi balizado pela KPMG. “É preciso que conte a verdade inteira. É preciso dizer que o primeiro número de R$ 636 milhões do primeiro relatório da KPMG, ela acha correto. Quem chega a R$ 922 milhões? A KPMG!”.

Rebatido com a informação de que a procuradora relatou que o aumento do preço foi feito pela KPMG após uma série de solicitações do governo, Wilson negou. “Não é verdade”.

Quanto à postura do governo sobe a retomada da obra diante do impasse junto ao MPF, Wilson Santos diz que o trabalho será feito. “A posição do nosso governo Pedro Taques é continuar o trabalho. Nós vamos procurar o Ministério Público”.

No entanto, novamente ele aproveitou a oportunidade para criticar a conduta de Bianca Britto. “Finalmente, parece que o MPF vai se abrir ao diálogo. Eu, inclusive enviei no dia 15 de maio à doutora Bianca um ofício comunicando o meu retorno à Secid e colocando-me, junto com os servidores, à disposição dela e ela, em nenhum momento, permitiu que a nossa equipe técnica falasse com ela, que nós tivéssemos a oportunidade do confronto de ideias, de números”.

Mesmo assim, ainda falta ao governo conseguir cerca de R$ 800 milhões em financiamento junto ao governo federal para garantir o recurso necessário à retomada da construção. Segundo Wilson Santos, o Estado dispõe de apenas R$ 193 milhões em caixa para o VLT.

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