A falta da definição do modelo de gestão dos hospitais regionais contribui para os problemas verificados na Saúde do Estado. A avaliação foi feita pelo promotor de Justiça, Alexandre Guedes, entrevistado nesta quarta-feira (24) na Rádio CBN Cuiabá. Responsável por diversas ações contra o Estado por conta do caos no sistema, ele destacou que o atraso nos repasses aos hospitais e municípios ocorre há vários anos e que ingressou com uma ação para que não houvesse mais a demora no pagamento, em 2012, sem contudo haver uma solução para o problema.
“Desde 2012 o Ministério Público já está fazendo pela Saúde. Já temos uma ação judicial para não haver mais atrasos do repasse, que vem desde a gestão passada e sempre continuou, havendo essa confusão administrativa”. O problema, conforme Guedes, é que o Estado obteve uma decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso proibindo qualquer novo bloqueio das contas do Estado para os repasses para a Saúde.
Por conta disso, Guedes tem movido outras ações contra o Estado, em busca da resolução do “caos administrativo” instalado no setor. “Já estamos com quase dois anos e meio do atual governo e ele não definiu qual o modelo de gestão dos hospitais regionais. Ele não definiu se vai gerir diretamente, se vai manter as Organizações Sociais de Saúde [OSS]”. A falta de gestão, ou seja, de uma definição sobre o modelo usado, tem influência, na opinião do promotor, nos problemas enfrentados nas unidades de Saúde.
Guedes salientou que há saídas emergenciais para a resolução do problema, ao menos que momentaneamente. Ele entende que, por conta da gravidade da situação, o Estado não pode descartar nem mesmo a possibilidade de realizar uma operação de crédito. “Mato Grosso tem uma verba para situações de contingência, então o governo pode usar estes recursos, além de fazer remanejamento de outros setores. O governo faz isso rotineiramente, então pode retirar de outros setores e colocar na Saúde”.