O governador Pedro Taques (PSDB) afirmou, há pouco, em entrevista coletiva, que nunca pediu para que fossem feitos grampos para gravar, ilegalmente, políticos, advogados, outras pessoas e pedirá, ao GAECO ( Grupo de Apoio e Combate ao Crime Organizado), a suspensão das atividades do sistema conhecido como Guardião, que faz interceptações telefônicas, até que as suspeitas sejam esclarecidas. "A pessoa que disse que eu sabia, vai ter que provar. Eu não tive conhecimento. Nunca tive conhecimento. Não mandei ninguém fazer isso. A meu mando não ocorreu. Precisa ser investigado porque não é possível ser grampeado sem autorização judicial”, garantiu. Há rumores que cerca de 120 pessoas, incluindo dois deputados oposicionistas, teriam tido telefones grampeados. Taques afirmou que "fatos graves têm que ser investigados".
O promotor e ex-secretário de Segurança Mauro Zaque teria descoberto que haveriam grampos e teria levado o caso ao conhecimento do governador e, posteriormente, a procuradoria Geral da República. "Na representação o ex-secretário Mauro Zaque deu conta ao procurador-geral da República que eu, governador do Estado, sabia da existência dessa interceptação telefônica clandestina. O procurador geral da República entendeu que não existia indícios de participação de pessoa dotada de foro por prerrogativa, ou seja, do governador do Estado, e devolveu isso para o Ministério Público Estadual", disse Taques.
“O processo que o Zaque disse que protocolou não existe no Palácio Paiaguás. O número que ele deu no governo é um processo da Sinfra pedindo estrada pra Juara. Pra mim isso é uma fraude. Esse ofício é uma fraude. Estou representando o Zaque na procuradoria Geral de Justiça. Foram dois documentos. O primeiro Zaque mandou para o GAECO (do Ministério Público) e o segundo ele disse que protocolou no governo. É esse que não existe !", disse o governador, acrescentando que seu primo, Paulo Taques, deixou hoje a secretaria da Casa Civil para defendê-lo, juridicamente, "do meu único patrimônio, a minha honra". "O documento que nós estamos reputando como uma fraude nós tivemos acesso a ele pela imprensa. Foi um jornalista que mostrou para o Kleber Lima (secretário de Comunicação) e Kleber me mostrou, ontem. Eu nunca recebi esse documento acompanhado de anexo. Não houve entrada desse documento na Casa Civil. Fomos fazer a busca com número, horário, data e é processo da Sinfra (secretaria infraestrutura). Isso é uma fraude. Não é possível dois protocolos no mesmo dia, mesmo horário com mesmo número. Meu advogado solicitou isso ao Ministério Público porque preciso ter acesso pra me defender".
O governador acusou Mauro Zaque que lhe cobrar a demissão do então comandante geral da PM, coronel Zaqueu Barbosa, alegando que estava fazendo coisa errada. Eu disse 'ponha no papel', quem é governador sou eu, você não pode me chantagear". Zaque deixou a secretária no final de dezembro de 2015 e reassumiu, em seguida, suas funções no Ministério Público Estadual.
O secretário de Segurança, Jarbas Rogers, explicou que há um convênio entre o Ministério Público e Polícia Civil para fazer uso do sistema que grava conversas telefônicas. "Pediremos ao GAECO ainda hoje a suspensão deste termo de cooperação técnica para que possa, através da investigação criminal que será realizada pela Polícia Civil, para que possa auditar o sistema e desenvolver investigação totalmente imparcial e identificar se de fato houve ou não algum tipo de interceptação telefônica clandestina".
(Atualizada às 17:44h)