O Ministério Público Estadual (MPE) solicitou à juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda, a inclusão do ex-secretário Pedro Nadaf entre aqueles que deverão ser ouvidos na ação penal decorrente da quinta fase da operação Sodoma. A solicitação foi feita após a magistrada rejeitar a denúncia apresentada contra ele por conta das investigações, que identificaram o desvio de mais de R$ 8 milhões nos processos de aquisição de combustíveis por parte do Estado, na gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
Conforme o pedido, assinado pela promotora de Justiça Ana Cristina Bardusco, Nadaf seria ouvido na condição de informante, ou seja, sem o compromisso de dizer a verdade. A solicitação não foi feita anteriormente porque o MPE esperava que a magistrada aceitasse a denúncia, o que automaticamente colocaria o ex-secretário entre aqueles que serão ouvidos no processo.
Na justificativa, Bardusco ressalta que Nadaf é “réu confesso” na suposta organização criminosa, desmantelada com a Operação Sodoma. Foi ele que, na fase de investigação, revelou a identidade de mais dois supostos integrantes do esquema, o ex-secretário Francisco Faiad e Valdísio Juliano Viriato. Com isso, a oitiva de Nadaf poderá, em juízo, esclarecer a participação dos dois.
No início do mês, Selma aceitou a denúncia contra o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), Faiad, Viriato e outras oito pessoas, que passaram a ser réus e deverão responder ao processo pelos crimes de fraudes à licitação, corrupção, peculato e organização criminosa. Por outro lado, a magistrada rejeitou a denúncia oferecida contra Nadaf, os ex-secretários Marcel Souza de Cursi e Arnaldo Alves de Souza Neto, o procurador aposentado, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (Chico Lima), o filho de Silval, Rodrigo da Cunha Barbosa e a ex-secretária de Nadaf, Karla Cecília de Oliveira Cintra.