Vídeo mostra trecho da delação do diretor da Odebrecht, João Antônio Pacífico Ferreira, em que confirma propinas pagas a agentes públicos de Mato Grosso na ocasião do então governo do atual ministro Blairo Maggi (PP) na ordem de R$ 900 mil entre 2006 e 2007. Os agentes públicos beneficiados, conforme o empresário da Odebrecht, foram o ex-secretário de Fazenda, Edmilson José dos Santos, à época secretário adjunto do Tesouro Estadual, cujo condinome era "cofrinho", o ex-procurador-geral do Estado, João Virgílio Nascimento Sobrinho, "Careca", e o procurador aposentado Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, o “Chico Lima”, chamado pelo esquema de "Manhoso".
Os três receberam cada um deles R$ 330 mil, além de um agente público do Mato Grosso do Sul, José Miguel Milé, cujo codinome era "Palha", que ficou com R$ 83.500 mil em 2006.
Na ocasião, Ferreira respondia pela empresa CNO, do grupo Odebrecht, que atuava em Mato Grosso, além da CDPO, que atuava em Mato Grosso do Sul. Na delação, ele informa que designou o engenheiro Pedro Leão para verificar pendências dessas empresas com governos desses dois estados. O empresário diz que Leão o referendou que havia pendência da União com ambos, referentes a aposentadorias da ocasião de separação do Estado. Ficou acertado que se a União repassasse esses créditos poderiam, na sequência, repassar também pendências com a Odebrecht, quanto às obras da MT-010 e da MS-030.
Para analisar o caso, foi formada comissão especial, com agentes públicos dos dois estados e a União. A Odebrecht diz não ter interferido na composição. "Mas houve pagamento de propina no sentido de que fossem incentivados a fazer esse trabalho, que foi feito com muita dedicação", revela o empresário.
Sendo assim, o quanto antes fosse levantado quais eram esses valores pendentes, mais rápido seria feito o encontro de contas com a União, que repassaria os débitos e a Odebrecht também receberia o quer era devido.
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