O presidente da Associação Nacional de Ecologia e Pesca Esportiva (Anepe), Marcos Gluek, afirmou que o projeto do Transporte Zero, do governo de Mato Grosso, aprovado em primeira votação pela Assembleia, mês passado, dará assistência ao pescador profissional e nova oportunidade de geração de renda. “O projeto prevê uma capacitação não só para pesca, mas para outras atividades também. Essa capacitação, para a segurança do pescador, e a assistência que o governo vai dar nesse início são iniciativas importantes”, declarou, ontem, à “Rádio Conti”.
“O governo está dando alternativas e não vai desamparar o pescador. O ribeirinho autêntico, que está ali profissional e regularizado, vai ter seu sustento garantido e a oportunidade de gerar nova renda”, acrescentou. A proposta visa o combate à pesca predatória pelo período de cinco anos, seguindo o exemplo que já vem sendo aplicado em Goiás e no exterior, como na Argentina, que é um importante polo do turismo de pesca, e ressaltou que ambos os lugares se tornaram referência em sustentabilidade.
“Na Argentina dá certo porque lá tem preservação e os guias entenderam que aquele é o sustento deles, que a cadeia produtiva gira não só para eles, mas para a família e todos os outros. Em Goiás também é muito bonito de se ver. Lá o trinômio sustentabilidade, que é a parte econômica, social e ambiental, funciona perfeitamente. Eles buscam proteger a fauna sobre aquática de uma forma geral. Isso vai se espalhando e cada vez mais o fluxo turístico aumenta”, observou.
Ele destacou, ainda, que por muitos anos Mato Grosso foi um dos principais destinos turísticos de pesca no Brasil, mas a vinda de turistas diminuiu bastante por conta da redução de peixes nos rios do estado.
O presidente da associação também criticou as notícias falsas que estão se espalhando em relação ao projeto. “Estão espalhando fake news de que a pesca vai acabar. A pesca não está proibida e não vai acabar. Mas temos que pensar na sustentabilidade, na preservação. É extremamente importante darmos um fôlego para os rios respirarem”, pontuou.
O projeto é baseado em um relatório contratado pela Assembleia, em 2021. A proposta considera a redução do estoque pesqueiro do Estado, que coloca em risco várias espécies nativas de Mato Grosso e estados vizinhos.Além de preservar o estoque pesqueiro, ele favorece o desenvolvimento econômico de 45 municípios que apresentam potencial para o turismo de pesca.
A proposta de Mato Grosso prevê pagamento de auxílio financeiro para pescadores profissionais e artesanais, pelo período de três anos. Os pescadores também serão recadastrados, por meio de Registro Estadual, e receberão qualificação em programas da secretaria estadual de Assistência Social e Cidadania para o turismo ecológico e pesqueiro e de produção sustentável da aquicultura.