A Polícia Civil de Confresa (600 quilômetros de Sinop) concluiu hoje a investigação sobre um suposto crime de tortura e apurou que a pessoa que se passou por vítima na realidade se automutilou em uma tentativa de causar comoção e reatar um relacionamento. Ele deve responder por denunciação caluniosa, cuja pena pode chegar até oito anos de reclusão.
A Polícia Civil recebeu um registro da vítima, que relatou que, no dia 29 de maio, por volta das 19h30, teria sido capturada por quatro pessoas encapuzadas, que a colocaram em um veículo Golf e a levaram para uma região de mata. No local, os agressores teriam cortado as orelhas do homem durante uma sessão de tortura e, em seguida, o liberaram no centro da cidade de Confresa.
A partir da investigação instaurada, a Polícia Civil apurou que a suposta vítima estava passando a por problemas conjugais e se automutilou, cortando as próprias orelhas, para causar sentimento de pena e tentar reatar o relacionamento com a ex-companheira.
Os policiais civis apuraram que no mesmo dia em que supostamente o homem foi torturado, ele pesquisou em sites da internet usando termos sobre “como cortar orelha de cachorro”, “como cortar orelha de um homem” e “quais os perigos”. No mesmo dia, à noite, ele se automutilou e, dois dias depois, procurou a polícia relatando ter sido vítima de tortura.
A delegacia da Polícia Civil empregou vários policiais na investigação, devido à gravidade da denúncia. Inicialmente, uma pessoa suspeita apontada pelo comunicante chegou a ser investigada. Após descobrir que tudo se tratava de uma farsa, a Polícia Civil concluiu as investigações.
“A Polícia Civil alerta que falsa comunicação perante os órgãos policiais é crime e atrapalha o andamento de casos importantes de crimes graves como homicídios, estupros, tráfico, entre outros”, alertou o delegado Victor Donizete de Oliveira.