O tribunal do júri condenou a 26 anos de prisão um dos envolvidos na morte de um detento da penitenciária Ahmenon Lemos Dantas em Várzea Grande. Adriano Baccarin e Lucas Reis Gramkov foram indiciados pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) pelos crimes de homicídio qualificado, fraude processual e integração de organização criminosa.
O homicídio investigado pela DHPP ocorreu em 2 de agosto do ano passado e vitimou o detento de 27 anos. Ele estava na cela com outros dois presos e foi encontrada morto, em situação, inicialmente, tratada como suicídio.
A equipe da DHPP encontrou a vítima enforcada em uma grade da cela, com um fio enrolado ao pescoço. Nos exames periciais realizados com os dois reeducandos que dividiam a cela com a vítima e no local foram encontrados indícios incompatíveis com suicídio, confirmando o homicídio.
A perícia da Politec apontou que a morte resultou de um mecanismo misto – asfixia mecânica, pela compressão dos vasos do pescoço e compressão dos nervos do pescoço. O corpo apresentava lesões produzidas por ação contundente nos membros superiores e inferiores, inclusive nas mãos, compatível com lesões de defesa da vítima.
A investigação conduzida pelo delegado Caio Fernando Albuquerque concluiu que houve fraude processual com a tentativa dos dois presos em simular o suicídio na tentativa de ofuscar o homicídio cometido. Imagens de um dos autores do homicídio mostram as marcas de lesões nas mãos deixadas pela corda usada para enforcar a vítima.
“Em relação à motivação, os indícios coletados apontam que ambos agiram da mesma forma que os integrantes de facções como forma de emplacar a sensação de justiça privada, o autointitulado tribunal do crime, não possibilitando à vítima qualquer chance de defesa e cometendo o crime por meio cruel e motivo torpe”, explicou o delegado.
Ainda cabe recurso contra a condenação.