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Empresário confirma R$ 236 mil em propina para servidores da Secretaria de Educação

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O empresário Ricardo Sguarezi, dono da Aroeira Construções e da Relumat, confirmou que pagava propina aos servidores da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) para receber a liberação de dinheiro pelos serviços prestados. No total, foram pagos R$ 236 mil em propina para garantir o recebimento de R$ 3,1 milhões. A declaração foi dada em depoimento ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em reinterrogatório aos promotores de Justiça.

O depoimento de Sguarezi ainda levanta a suspeita de que a cobrança de propina pelos servidores públicos serviria para quitar dívidas de campanha eleitoral de 2014. Isso porque o ex-assessor especial da Secretaria de Educação, Fábio Frigeri, declarou ao cobrar o retorno de 5% dos valores liberados que o dinheiro seria utilizado para o pagamento de uma gráfica por conta de despesas de campanha eleitoral. No entanto, não é informado qual seria o político beneficiado com o pagamento da dívida.

“Fábio Frigeri solicitou ao declarante que havia a necessidade de pagamentos de vantagens indevidas na ordem de 5% do valor a ser recebido (…) O declarante questionou Fábio Frigeri sobre o destino dessa vantagem indevida, tendo dito ele que seria para “pagamento de uma gráfica e despesas de campanha”, diz um dos trechos do depoimento.

Após o pagamento da primeira parcela de propina de R$ 20 mil feito em cheque, Sguarezi revelou que a liberação dos pagamentos pelos serviços prestados começou a ser feito com frequência, atingindo até R$ 620,7 mil.

Diante disso, pagou mais R$ 36,9 mil em propina entregue nas mãos de Fábio Frigeri em uma sala no prédio da Secretaria de Educação. Em setembro de 2015, suas empresas foram novamente favorecidas com a liberação de R$ 792,4 mil em medições.

“No dia 28.10.2015, entreguei a Fábio Frigeri os cheques de emissão da empresa Relumat, do Banco do Brasil: a) cheque nº 211000, no valor de R$ 10 mil; b) cheque nº 211010, no valor de R$ 20 mil; esses cheques foram nominados ao declarante a pedido do próprio Fábio; cheguei a questionar Fábio como ele conseguiria descontar esses cheques que estavam nominais a ele, tendo Fábio respondido ‘pode deixar comigo’”.

Também em setembro de 2015, Sguarezi revelou que foi orientado por Frigeri a entrar em contato com o empresário Giovani Guizardi, proprietário da Dínamo Construtora, para receber o valor das medições pendentes de 2014 relacionados aos serviços prestados pela empresa Relumat.

Ao comparecer na sede da Dínamo Construtora, Guizardi apresentou uma tabela com todos os pagamentos que a Relumat e outras empresas tinham a receber da Secretaria de Educação.

Em seguida, cobrou 50% dos valores para a liberação das medições, com a garantia de que os contratos seriam renovados. “Esse valor seria em torno de R$ 100 mil, mas eu disse que não tinha como pagar essa importância, sendo que ao final concordei em pagar o valor de R$ 30 mil, correspondente a aproximadamente 15% do que tinha direito a receber”, disse.

A concretização do acordo permitiu a Relumat receber R$ 1,3 milhão das medições feitas. Desta quantia, R$ 125 mil retornou a Guizardi a título de propina.

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