O coordenador do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) em Mato Grosso, Marco Aurélio de Castro, confirmou, há pouco, que ingressou com recurso contra a decisão que concedeu a liberdade ao empresário Alan Malouf, invetigado por fraudes em licitações de obras na secretaria de Educação e que foi preso, em dezembro. Em nota, o promotor Marco Aurélio esclarece que, em nenhum momento, "pretendeu fazer juízo de à conduta funcional ou a postura ética da magistrada plantonista Maria Rosi Meira Borba", que mandou soltar Alan.
As justificativas apresentadas no recurso do MP, segundo ele, limitam-se ao âmbito jurídico. Também foi questionado o fato da defesa do réu ter usado falsos argumentos como premissa, sendo que ao que consta foram estes pressupostos que levaram a nobre magistrada a deferir medida cautelar diversa da prisão. "O Poder Judiciário deste Estado tem dado exemplo de combatividade da corrupção em inúmeros casos que chegaram ao conhecimento dos magistrados estaduais. O recurso impetrado (assim como outros inúmeros que já foram protocolados por este Grupo Especializado) faz parte do debate democrático de teses jurídicas que são enfrentadas no cotidiano dos processos criminais," declarou, através da assessoria.
O coordenador "refuta qualquer afirmação distorcida de crítica à magistrada, sendo que todas as discordâncias lançadas se deram contra os argumentos defensivos que não encontram respaldo no vasto conteúdo probatório do feito e que certamente levaram a nobre magistrada ao deferimento de pleito defensivo".
Em seu depoimento aos promotores, após sua prisão, em Cuiabá, mês passado, Alan confirmou que recebeu R$ 260 mil do esquema fraudulento e que "repassou R$ 40 mil" para seu primo, Guilherme Maluf, presidente da Assembleia, que também foi acusado, por Alan e Giovani Guizardi, de envolvimento no esquema fraudulento. Guilherme nega. O ex-secretário Perminio Pinto, que está em prisão domiciliar, confirmou que recebimento "de cerca de R$ 20 mil a R$ 25 mil", do esquema.