Membros da Comissão Permanente de Saúde e Assistência Social do Tribunal de Contas de Mato Grosso fizeram mais uma etapa de inspeções na rede secundária de Saúde de Cuiabá, que está sob intervenção estadual até o próximo mês. O trabalho começou ontem, pela Policlínica do Pedra 90, onde os responsáveis pela unidade chamaram a atenção para o aumento no número de atendimentos.
A coordenadora técnica da Policlínica, Viviane de Paula, informou que antes do trabalho a média mensal era de 3,5 mil atendimentos, divididos entre seis médicos. Agora, com o dobro de profissionais, já foram realizados 960 atendimentos em um só dia. “Os furos na escala eram bem significativos e estes furos deveriam ser completados pela empresa terceirizada, que nem sempre mandava médico.”
A primeira etapa das inspeções resultou em relatório apreciado no último dia 9, quando foi apontada a efetividade de ações como remanejamento de profissionais, pagamento de débitos e a reativação de serviços. Além disso, foram emitidas 14 recomendações à secretaria municipal de Saúde.
De acordo com o auditor público externo Denisvaldo Mendes, desta vez o trabalho visa a manutenção das melhorias. Além da Policlínica do Pedra 90, também foram vistoriadas as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Pascoal Ramos, Morada do Ouro e Verdão e as Policlínicas do Planalto e do Coxipó.
“No primeiro momento o foco da intervenção era prestar atendimento à população e evitar a morte de pessoas, e isso tem sido feito. Ainda tem pontos para avançar, principalmente no que diz respeito à infraestrutura e pintura, por exemplo. Mas estas são ações de médio e longo prazo”, salientou o auditor.
Ao apontar avanços na rede secundária, o conselheiro Guilherme Antonio Maluf, que preside a CPSA, reforçou que as inspeções levam em consideração que as atividades desempenhadas pela interventora resultaram em uma série de alterações estruturais e de funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) como um todo.
O trabalho está alinhado à atuação da Comissão Especial do TCE, criada para acompanhar a intervenção. O grupo, do qual o conselheiro também faz parte, é coordenado pelo conselheiro Sérgio Ricardo e integrado pelo procurador Geral do Ministério Público de Contas, Alisson de Alencar.