O ex-governador Silval Barbosa negou ter medo de ameaças de morte, como forma de retaliação por sua postura de delator. “Isso é especulação. Não existe temor. Não me sinto ameaçado”, disse, durante suas idas à Controladoria-Geral do Estado (CGE) onde prestou uma série de depoimentos contra mais de 100 empresas e 40 servidores envolvidos em corrupção na sua gestão. Silval não sai de casa sem um segurança particular. O Toyota Corolla em que ele anda é blindado. Ele foi questionado sobre o fato de seu filho Ricardo Barbosa, também réu em ações penais e delator na operação Sodoma 3, ter registrado no processo que iria blindar um carro por questões de segurança diante dos efeitos do acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal (MPF).
No entanto, minimizou o caso, dizendo que Ricardo sempre utilizou carros blindados e ele próprio também, enquanto esteve no governo. “Blindagem de carro ele sempre teve. Quando ele ia a São Paulo ele sempre teve carro blindado. Eu, quando estava no governo, sempre tive carro blindado, mas não é essa preocupação de quando tomei a decisão de colaborar, não”, afirmou.
O temor pela morte foi argumento utilizado pela defesa, patrocinada pelo advogado Délio Lins, para que o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), mantivesse sigilo nos termos e anexos da delação de Silval Barbosa e família.
No pedido, feito quando o ex-governador ainda estava preso no Centro de Custódia da Capital (CCC), o advogado afirmou que não existia por parte de Silval “qualquer tipo de autorização no sentido de que terceiros saibam a respeito do mesmo, até porque o ora peticionário teme por sua vida no cárcere, caso sua intenção de colaborar venha a ser de conhecimento de determinadas pessoas”, destacou no processo, à época.