PUBLICIDADE

Justiça torna réu ex-jogador do Cuiabá por suposto esquema de manipulação de resultados

PUBLICIDADE
Só Notícias com Gazeta Esportiva (foto: assessoria)

A Justiça aceitou nesta terça-feira a denúncia do Ministério Público de Goiás contra os investigados na Operação Penalidade Máxima II. Ao todo, 16 pessoas – sete jogadores – estão sendo investigadas de participar de um grande esquema de manipulações de jogos. A informação foi inicialmente divulgada pela Veja.

São investigados oito jogos da Série A do Campeonato Brasileiro de 2022, um da Série B de 2022 e quatro de campeonatos estaduais realizados em 2023.

Segundo o MP de Goiás, o ex-jogador do Cuiabá, Igor Cariús, teria participado do esquema. A denúncia aponta que o atleta, atualmente no Sport de Recife, teria recebido dinheiro para receber cartões amarelos nas partidas contra o Palmeiras, em novembro, e contra o Ceará, em outubro. Contra o Verdão, o atleta não foi advertido. Já contra o Ceará ele recebeu o cartão amarelo.

“Trata-se de atuação especializada visando ao aliciamento e cooptação de atletas profissionais para, mediante contraprestação financeira, assegurar a prática de determinados eventos em partidas oficiais de futebol e, com isso, garantir o êxito em elevadas apostas esportivas feitas pelo grupo criminoso em casas do ramo”, escreveram os promotores. “O grupo se vale, ainda, de inúmeras contas de terceiros para aumentar seus lucros, ocultar reais beneficiários e registra a atuação de intermediadores para identificar, fornecer e realizar contatos com jogadores dispostos a praticar as corrupções”, acrescentaram.

Eduardo Bauermann, do Santos, é um dos citados por supostamente ter recebido R$ 50 mil para levar um cartão amarelo contra o Avaí, não cumprir e, na rodada seguinte — contra o Botafogo —, ser expulso. O zagueiro foi afastado dos treinos do clube nesta terça-feira.

Além do santista e de Igor Cariús, outros cinco jogadores viraram réus. São eles: Fernando Neto (ex-Operário e atualmente no São Bernardo), Gabriel Tota (Ypiranga-RS), Matheus Gomes (Sergipe), Paulo Miranda (Náutico) e Victor Ramos (Chapecoense).

O MP-GO quer, além da condenação dos envolvidos, um ressarcimento estimado em R$ 2 milhões aos cofres públicos para reparar os danos morais coletivos causados pelos denunciados. A entidade defende que o valor deverá ser atribuído globalmente, de forma solidária, a todos os réus.

“O parâmetro utilizado para a definição do valor refere-se a uma das expectativas de lucro do grupo criminoso com a utilização de dezenas de contas que foram empregadas nas apostas manipuladas descritas na denúncia”, diz o MP-GO.

Jogos em que teriam ocorrido a manipulação, sendo o MP:

Palmeiras x Juventude (10/9/2022) — Promessa de pagamento de R$ 30 mil, com R$ 5 mil entregues antes da partida para que Moraes levasse cartão amarelo. O jogador foi, realmente, advertido no confronto.

Juventude x Fortaleza (17/9/2022) — Promessa de pagamento de R$ 60 mil, com R$ 5 mil entregues antes do jogo para que Gabriel Tota repassasse a quantia para Paulo Miranda — para que este último fosse advertido com amarelo no jogo, o que de fato ocorreu.

Goiás x Juventude (5/11/2022) — Promessa de pagamento de R$ 50 mil, com R$ 20 mil pagos de sinal, para que Moraes tomasse cartão amarelo. Ao mesmo tempo, promessa de R$ 50 mil, com R$ 10 mil pagos antecipadamente, para Paulo Miranda tomar cartão. Romário Hugo do Santos depositou na conta de Gabriel Tota, que deveria fazer o repasse ao zagueiro

Ceará x Cuiabá (16/10/2022) — Promessa de pagamento de valor ainda não precisado, mas sinal de R$ 5 mil realizado para Igor Cariús tomasse cartão amarelo, o que aconteceu.

Sport x Operário-PR (28/10/2022) — Promessa de pagamento de R$ 500 mil, com R$ 40 mil pagos antes do jogo, para Fernando Neto tomar um cartão vermelho na partida — o que não aconteceu.

Red Bull Bragantino x América-MG (5/11/2022) — Promessa de pagamento: R$ 70 mil. Sinal pago antes do jogo: R$ 30 mil. Propósito: Kevin Lomónaco tomar cartão amarelo, o que aconteceu.

Santos x Avaí (5/11/2022) — Promessa de pagamento: não precisado. Sinal pago antes do jogo: R$ 50 mil. Propósito: Eduardo Bauermann tomar cartão amarelo, o que não ocorreu.

Botafogo x Santos (10/11/2022) — Bauermann aceitou os valores do jogo contra o Avaí e não cumpriu sua parte no acordo. Assim, aceitou nova promessa de valores indevidos para ser expulso contra o Fogão, o que aconteceu. Segundo relato da súmula, Bauermann tomou o cartão vermelho após o apito final, por reclamações hostis e repetitivas à arbitragem.

Palmeiras x Cuiabá (6/11/2022) — Promessa de pagamento: R$ 60 mil. Propósito: Igor Cariús tomar cartão amarelo, o que não aconteceu.

Guarani x Portuguesa (8/2/2023) — Promessa de pagamento: R$ 100 mil. Propósito: Victor Ramos cometer um pênalti. Como Bruno, Ícaro e Zildo — três dos denunciados pelo MP-GO — não encontraram outros jogadores para manipulação na mesma rodada, não houve pagamento de sinal nem aposta efetivamente realizada.

Red Bull Bragantino x Portuguesa (21/1/2023) — Promessa de pagamento: R$ 200 mil. Propósito: Kevin Lomónaco cometer pênalti no primeiro tempo. O jogador não aceitou o acordo.

Bento Gonçalves x Novo Hamburgo (11/2/2023) — Promessa de pagamento: R$ 80 mil. Sinal pago antes do jogo: R$ 5 mil. Propósito: Nikolas cometer pênalti, o que aconteceu.

Caxias x São Luiz (12/2/2023) — Promessa de pagamento: R$ 70 mil. Sinal pago antes do jogo: R$ 30 mil. Propósito: Jarro Pedroso cometer pênalti no primeiro tempo, o que aconteceu.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

PUBLICIDADE