O 2º Encontro Estadual de Enfrentamento à Violência Contra Crianças e Adolescentes foi retomado, hoje, no auditório das promotorias de Justiça de Cuiabá, com mensagem de paz nas escolas e a Companhia Vostraz apresentou a peça “Eu quero a Paz”, com participação especial do Coral Canto & Encanto da Escola Municipal de Educação Básica Salvelina Ferreira da Silva, de Várzea Grande. O. primeiro painel do dia, em que se debateu “a prevenção dos conflitos no ambiente escolar: conciliação, mediação e justiça restaurativa”. Presidido pela presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Clarice Claudino da Silva, teve como expositores a assessora especial da presidência do tribunal para Justiça Restaurativa, Katiane Bochetti da Silveira, o coordenador do Centro de Apoio Operacional da Educação, promotor de Justiça Miguel Slhessarenko Junior, o secretário estadual de Educação, Allan Resende Porto, e o diretor de Gestão Educacional da Secretaria Municipal de Educação de Cuiabá, Marco Antonio Alves Braga.
A desembargadora fezretrospecto da evolução do sistema de justiça nas últimas décadas e destacou o advento das práticas restaurativas como divisor de águas e avaliou que o encontro estadual. “Cada um de nós tem tudo a ver com isso. A solução não cabe às instituições, mas sim à construção individual de cada um de nós, que temos um papel a exercer”, manifestou Clarice Claudino da Silva.
A pedagoga e facilitadora de círculos de construção de paz Katiane da Silveira reforçou que a mediação, a conciliação e os círculos de construção de paz são ferramentas da justiça restaurativa “que nos convida a, em vez de olhar para a culpa, olhar para a responsabilidade. Em vez de perseguir, promove o encontro. Em vez de impormos, buscamos o diálogo. Automaticamente podemos pensar que saímos de uma cultura de guerra para uma cultura de paz. Mas a cultura não é algo fácil de mudar, por isso estamos aqui nesse processo”, afirmou.
O promotor Miguel Slhessarenko Junior abordou o conflito no contexto escolar, a prática da mediação e dos círculos de paz nesses espaços, e as ameaças registradas em diversas escolas do estado no mês passado. Pontuou que a paz nas escolas não significa a ausência do conflito, mas está diretamente ligada à maneira de conduzi-lo. “Conflitos não tratados acabam gerando violência”, declarou.
Ele detalhou a experiência exitosa de atuação interinstitucional que possibilita a realização dos cursos “mediação de conflitos escolares” e “facilitadores de círculos de construção de paz nas escolas” e que o grande desafio para o futuro está em multiplicar a iniciativa para que beneficie todas as escolas estaduais. Miguel divulgou a cartilha digital “Orientações sobre segurança nas escolas”, recém lançada pelo Ministério Público, com orientações aos diretores de escolas, pais e alunos, o protocolo a ser seguido em casos de indício ou ocorrência de violência escolar e os tipos penais envolvidos.
A informação é da assessoria do MP.