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Educação de surdos

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O Exame Nacional do Ensino Médio 2017 – na primeira fase que aconteceu no último domingo (05.11) – trouxe como tema da redação o desafio para a formação educacional para os surdos no Brasil. Essa é uma realidade que vai ao encontro da necessidade de mais de 10 milhões de pessoas no país, que possuem algum tipo de deficiência auditiva, conforme revela dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O tema do ENEM 2017 traz à tona duas áreas que, infelizmente, ainda apresentam sérias “deficiências”: educação e deficiência física. A educação, como bem sabemos, é vítima de uma histórica ineficiência de gestão. Não estou apontando um governo A ou B, ou dizendo que o problema seja apenas em alguma esfera do poder administrativo, seja federal, estadual ou municipal.
Grosso modo todos participam da responsabilidade no fato de a educação no Brasil não ter uma aplicação exemplar. Isso porque, em muitos momentos negligenciamos as condições de milhares de crianças que ainda não recebem educação, seja por culpa dos pais, por falta de escola, ou por não existir acesso a esse espaço dedicado à construção do conhecimento.
Por outro lado, as pessoas com deficiência sofrem cotidianamente a falta de uma infraestrutura de qualidade que lhes permita acessibilidade, cidadania e garantias de terem seus direitos e deveres cumpridos com eficiência.

Quando se unem os dois temas: educação e inclusão de pessoas com deficiência, e neste caso em específico, as pessoas com surdes, nos deparamos com uma situação com grandes dimensões.
Educar uma pessoa com deficiência auditiva requer habilidades técnicas que garantam que o ensino seja promovido no âmbito da linguagem visual. Para isso, professores, auxiliares técnicos entre outros profissionais da educação consigam se comunicar com os alunos com deficiência auditiva.

Como promover isso? Por meio de políticas públicas de qualidade e que sejam eficazes. Essa é a resposta que estamos acostumados a escutar sempre quando o assunto é problema social.
Caro leitor, não basta ter política pública de qualidade. Pois leis escritas em papel o Brasil já tem que sobra. A qualidade neste caso parte de uma cultura de idoneidade. É necessário ter órgãos de controle eficientes, gestores públicos que repudiem a corrupção e uma população que também faça sua parte, não vendendo seu voto e que faça o enfrentamento de também ser fiscalizadora dos agentes públicos e políticos.

Educar e incluir são verbos difíceis de serem conjugados na prática, porque não dependem somente do Estado. São condições que precisam despertar em cada indivíduo da sociedade uma atitude nova, produzindo práticas de cidadania e humanidade. Esta é uma via de mão dupla, que exige cooperação e constante transformação de atitude e pensamento. Sem essa conjuntura de boas práticas, ficaremos no eterno vislumbramento da utopia e nunca partiremos para uma nova realidade.

Gilberto Figueiredo (PSB) é vereador por Cuiabá.
 

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