O homem e a mulher, ambos 44 anos, investigados por maus tratos a algumas crianças com até 5 anos, frequentadoras da creche em que são proprietários, tiveram os mandado de prisões preventivas cumpridos, esta manhã, por investigadores da Polícia Civil. A confirmação foi feita pela delegada Jéssica Cristina, responsável pelo Núcleo de Atendimento à Mulher, adolescente e criança. “Pelo que apuramos, são várias vítimas, testemunhas, inclusive algumas que já trabalharam nessa creche e que havia situações sistêmicas de maus tratos e tortura a essas crianças, tais como beliscões, tapas, empurrões até as crianças caírem no chão, trancá-las no quarto escuro, tapas na boca também nos foi relatado. Em um dos episódios há uma narrativa de que a proprietária da creche teria quebrado uma raquete na cabeça de uma criança”, declarou.
Ainda de acordo com a delegada, “há vários episódios de maus tratos que a gente conseguiu colacionar no inquérito policial. Várias mães procuraram tanto a delegacia quanto o Ministério Público para denunciar essas situações e há também relatos das crianças, as poucas que são verbalizadas porque é um hotelzinho berçário que recebe e cuida de crianças de 0 a 5 anos, lá tem muitas crianças que não sabem falar, não conseguem se comunicar, o que torna tudo muito mais grave e sensível”.
“As mães foram se articulando, nós representamos pelo depoimento especial das crianças e vamos ouvi-las também em sede de escuta especializada, a partir de relatos dos pais encontramos algumas ex-empregadas da creche, que relatam e trouxeram inclusive imagens, fotos dessas supostas agressões com bocas de crianças cortadas, marcas de tapa nas crianças, então tem um acervo bem robusto que sustentou e permitiu que a 2 vara criminal decretasse a prisão preventiva dos suspeitos”, ressaltou a delegada Jéssica Cristina.
Ela também informou que a creche estava regularizada, tendo aproximadamente 40 alunos. “A proprietária, que fica efetivamente na creche, responderá inicialmente por crimes de tortura. O marido, que trabalha em outra localidade, mas que almoça e frequenta o lugar, vai responder por omissão perante tortura, ameaça e perseguição, uma vez que há relatos de diversas ex-empregadas desse local que falam que esse homem as ameaçava”, “caso denunciassem para polícia”, explicou.
A delegada também declarou, em entrevista coletiva, que “eles estão presos, vão ser submetidos a uma audiência de custódia, mas é uma audiência simplesmente para verificar a regularidade do cumprimento do mandado. Há uma linearidade, uma sequência lógica desses depoimentos que chegaram até nós e tanto é que o próprio Ministério Público deu o parecer para prisão, judiciário também compreendeu que havia elementos para a decretação, então ao que tudo indica é verídico”, acrescentou.
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