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A professora Hanan

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Imagine viver a infância e juventude num campo de refugiados. Imagine morar numa região conflagrada por conflitos étnicos e religiosos há décadas. Imagine ver seus filhos crescerem num ambiente de medo, miséria, bombas e tiroteios. Essa é uma experiência compartilhada por muitos milhões de pessoas no mundo e muitas delas se entregam à desesperança ou aderem a facções extremistas.

Agora, imagine reunir esses ingredientes e desenvolver um método de ensino para educar crianças traumatizadas pela violência. Um método que parte de uma experiência essencial para o desenvolvimento infantil: a brincadeira. Um método para desenvolver a confiança dos alunos e valorizar atitudes de honestidade e respeito ao próximo. Foi o que fez a professora palestina Hanan AlHroub, vencedora do Global Teacher Prize e apontada como a melhor professora do mundo.

O resultado foi anunciado pelo papa Francisco, em cerimônia que reuniu ao vivo e por teleconferência líderes como o secretário-geral das Nações Unidas.

Entre os finalistas, também merecedores de reconhecimento e aplausos, professores do Paquistão, Quênia e Índia, que implementaram programas educacionais inovadores.Pela primeira vez desde que o prêmio foi instituído pela Varkey Foundation de Dubai um brasileiro foi selecionado entre os cinquenta finalistas: o professor mato-grossense Márcio Andrade Batista, que atua como voluntário em escolas do ensino médio na área rural procurando despertar a paixão dos estudantes pela ciência.

Ao receber o prêmio, a professora Hanan ministrou outra inspiradora lição, ao anunciar que iria empregar os recursos na melhoria das condições de ensino de seus alunos e destacar a importância da educação na construção da paz.

Em tempos tão conturbados no Brasil e no mundo, é muito bom saber que existem professores como a palestina Hanan Al Hroub e seus colegas finalistas do Global Teacher Prize. Malgrado a carência de recursos financeiros e tecnológicos, a ausência de infraestrutura, o desinteresse dos poderosos e o entorno de conflitos violentos, tais educadores não apenas persistem na sua nobre missão, mas criam novas técnicas, inovam no aprendizado, fortalecem a auto estima dos estudantes e inspiram o amor pelo conhecimento. Subtraem frustrações e somam esperança. Dividem os encargos e multiplicam sonhos. Potencializam a realização de seres humanos.

Parabéns à professora Hanan e a todos que creem e lutam pela educação libertadora. Boa Páscoa a todos!

Luiz Henrique Lima – auditor Substituto de Conselheiro do TCE-MT- Graduado em Ciências Econômicas, Especialização em Finanças Corporativas, Mestrado e Doutorado em Planejamento Ambiental, Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia.

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