A mentira é algo imanente ao homem, sendo um instrumento utilizado cotidianamente por ele para continuar vivendo de forma feliz com os seus pares. O ser humano mente, trapaceia, engana. Faz isso de forma resoluta, refinada e calculista. Você também, aliás! Ah, não?
A verdade doe, e faz com que o interlocutor sofra com o que escuta, ou veja. A mentira ameniza a triste realidade, faz a crença de a felicidade durar mais que deve. A mentira está em todas as noticias, pois são parcializadas em função do grupo político, econômico, religioso e social que a divulga.
Uma das mentiras mais comum é a dos momentaneamente apaixonados, que diz um para o outro: Amo-te pra sempre. Mais a “chata” da Cassia Eller diz: Pra sempre, sempre acaba. Procuro uma ex-namorada que dizia para mim, que podia contar com ela pra tudo. Coitada, sumiu, escafedeu-se, bastante dissimulador o discurso.
A vontade que o sonho seja para sempre está na cabeça dos seres humanos e a propaganda, uma arte que cria as mais belas mentiras, jorra a toda hora em outdoor, filmes, comerciais de televisão e panfletos distribuídos a todo o momento, a ilusão de uma vida melhor. A propaganda de cerveja é uma das mais interessantes para analisarmos.
Algumas pesquisas apontam algumas profissões como as mais mentirosas, nelas estão incluídos os vendedores, advogados, psicólogos, auxiliares de consultórios médicos e jornalistas. A mentira está a serviço, acima de tudo, do proveito pessoal e da obtenção de alguma vantagem sobre os outros.
Nos locais de trabalho o chefe diz que precisa de pessoas inteligentes e com atitudes inovadoras, mas o que se vê é que estes tipos metem medos na hierarquia superior, que logo descartam possíveis concorrentes de seu cargo, preferindo a qualidade menor dos que aceitam serem capachos. Estes são os verdadeiros funcionários eficientes.
A mentira, no entanto, nos meios políticos é um veículo de uso 100%.
A natureza das ações políticas urge a necessidade de despistar o adversário ou seu eleitor das suas reais convicções. Quando o político fala meu povo, não se refere à totalidade de seus eleitores, mas ao seu grupo de apoio restrito.
Muitos partidos desaparecem do cenário político após praticarem muitas sacanagens com o povo brasileiro. Com o desgaste, os ocupantes que praticaram o delito, fogem para outras siglas, como se as novas siglas excluíssem as velhas práticas de antanho.
As massas são cegas, diz o ditado popular, e com isso vamos ver uma grande manifestação de inverdades sendo ditas de um lado e do outro nesta bipolarização entre PT e PSDB até que um dos lados mantenha ou perca o poder.
A realidade brasileira, no entanto não deve esquecer que retroagir a velhos e carcomidos tempos e ações conservadoras e mentirosas não vai trazer um Brasil novo e moderno.
Dizer que a manifestações de hoje é pelo Brasil é mentir, ao desconsiderar as classes sociais mais pobres que não estão nas manifestações.
As manifestações de hoje são de componentes com pele branca, de carros importados e de comissionados da oposição. Ela é diferente da manifestação de 13 de junho de 2013.
Mentir que a ditadura militar foi um período de milagres e farturas é esquecer que o Brasil era e é um joguete nas mãos do EUA e que o usa de acordo com suas vontades econômicas e políticas.
A inclusão social de muitos desvalidos que antes não tinham acesso à Moradia, a Universidades, a Supermercados, a Shopping, a Viagem de Avião, não dá o direito de chafurdar-se com o dinheiro público em nome dos pobres.
Dizer que um livro deve nortear nossas vontades morais e éticas, é fazer bravatas inconsequentes, impondo crenças que se impõe mais pelo medo que pela compressão. Este conservadorismo religioso que não aceita a diversidade é mentiroso e perigoso, pois ultimamente usa a esfera política para impor práticas da Idade Média.
Criar crises econômicas constantes para reorganizar a sociedade, sempre culpando os trabalhadores por ações de mercados que por ganâncias do sistema financeiro desarmoniza a sociedade é uma mentira que já não engana mais. O capitalismo mente dizendo que é contra o socialismo, no entanto, nas crises sempre socializa os prejuízos com a sociedade.
"A linguagem foi dada ao homem para que ele ocultasse seus pensamentos", sentenciou no passado o ministro das Relações Exteriores de Napoleão, Charles Maurice de Talleyrand.
Pedro Felix escreve em Cuiabá