Desde o início de seu ponificado o Papa Francisco vem se empenhando para recolocar a Igreja em um contexto de espiritualidade e de temporalidade. Cada vez mais tem chamado a atenção de católicos e não católicos para a importância do diálogo entre as diferentes religiões como forma de resgatar antigas e novas formas de ecumenismo, condenando, com frequência, o uso da religião para práticas políticas violentas, principalmente para o terrorismo político que tem origem em formas distorcidas de religiosidade; em suas expressões , uma ofensa a Deus.
Na dimensão da temporalidade tem procurado também resgatar a missão de fraternidade, de solidariedade que a Igreja tem em relação `as pessoas que estão excluidas social, econômica, cultural e políticamente. Tem insistido que cabe `a Igreja, vale dizer a todos os fiéis, em princípio católicos, mas por extensão aos fiéis de outras religiões, que a verdadeira fé deve ser materializada em ações concretas direcionadas a quem sofre, a quem é discriminado, a quem é violentado, à quem é injsutiçado. Vale dizer, a igreja precisa deixar seus templos e suntuosidades e ir ao encontro dos pobres e necessitados.
Na sexta feira, dia 13 de março último, Francisco surpreendeu o mundo, principalmente o mundo católico, ao anunciar, em suas palavras: “Por isso decidi proclamar um Jubileu extraordinário que tenha no seu centro a misericórdia de Deus. Será um Ano Santo da Misericórdia. Queremos vivê-lo à luz da palavra do Senhor: «Sede misericordiosos como o Pai» (cf. Lc 6, 36). E isto sobretudo para os confessores! Muita misericórdia! Este Ano Santo terá início na próxima solenidade da Imaculada Conceição e concluir-se-á a 20 de Novembro de 2016, Domingo de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo e rosto vivo da misericórdia do Pai. Confio a organização deste Jubileu ao Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, para que o possa animar como uma nova etapa do caminho da Igreja na sua missão de levar o Evangelho da misericórdia a todas as pessoas.”
Um mês depois, no dia 11 de abril o Papa Francisco volta ao assunto através da Bula Papal, com 17 páginas onde estabelece as diretrizes de como será este ano Santo da Misericórida, a ter início nesta terca feira, 08 de dezembro, Dia da Imaculada Conceição e a ser encerrado do dia 20 de novembro de 2016, possibilitando que a Igreja Católica, desde Roma até os confins da terra, em todos os países, Arquidioceses, Dicoseses, paróquias e comunidades possa estar voltada aos mesmos objetivos que é a reflexão e práticas guiadas pela divina misericórida, tanto no plano espiritual quanto no temporal.
O início deste Jubileu extraordinário tem dois eventos importantes, em Roma e ao mesmo tempo ao redor do mundo. O primeiro será representado pela abertura da Porta da Basílica de São Pedro nesta terça feira, 08 de dezembro, quando se comemora o cinquentenário do encerramento do Consilho Vaticano II, que mudou adicalmente a vida e as práticas do catolicismo.
Nas palavras do Papa Francisco em sua Bula “A misericórdia será sempre maior do que qualquer pecado, e ninguém pode colocar um limite ao amor de Deus que perdoa. Na festa da Imaculada Conceição, terei a alegria de abrir a Porta Santa. Será então uma Porta daMisericórdia, onde qualquer pessoa que entre poderá experimentar o amor de Deus que consola, perdoa e dá esperança.”
O segundo no próximo domingo, dia 13 de dezembro quando,seundo o Papa Francisco, também abrir-se-á a Porta Santa na Catedral de Roma, a Basílica de São João de Latrão e as portas de todas as Igrejas Católicas espalhadas pelo mundo afora.
Durante este Ano Santo da Misericórida a Igreja Católica, sua hierarquia e também os fiéis são instados, orientados, motivados a realizarem ações concretas como demonstração do amor ao próximo.
Jubileu em sua origem signficava comemorações especiais em regozijo pela libertaçãoda escravidão, de dívidas, do jugo da opressão e no plano espiritual pelo arrependimento dos pecados e o recebimento do perdão pela misericórida de Deus.
Com certeza, em um mundo marcado por tanta violência, injustiça, egoismo, materialismo, consumismo, imediatismo, fome, miséria, exclusão social e econômica, degradação ambiental e indiferença, proclamar um jubileu extraordinário tendo como tema central a misericórida, será um momento para as pessoas renovarem suas esperanças de que podemos construir um mundo melhor, mais justo, mais fraterno e mais humano.
Juacy da Silva – professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, aritulista, colaborador de jornais, sites e blogs
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